Esse ano era a aposta para todo o mercado imobiliário. Após um período de recessão, o setor começou a respirar melhores ares em 2019 sendo projetado para que as metas de 2020 fossem maiores, porém, o cenário ficou incerto com o início da pandemia. Com o passar dos meses, foi notável que o mercado imobiliário no geral reagiu positivamente. Porém, o segmento de imóveis comercias vem sendo impactado e tem apresentado dificuldade para reagir. E vamos entender o porque disso estar acontecendo nesta reportagem da Stand.
Com a chegada da pandemia do coronavírus, as organizações começaram a adotar o home office, buscando colocar em prática as medidas de distanciamento social e também como alternativa para conseguir manter os empregos dos funcionários, levando a atividade profissional para dentro dos lares. Com isso, muitos espaços corporativos, salas comerciais que antes estavam alugadas foram devolvidas. Independente das diversas opiniões que permeiam essa atual mas nem tão nova modalidade de trabalho, essa é a realidade dos dias de hoje e que muitas organizações estão prevendo a continuidade mesmo depois da pandemia.
Diante desse cenário de instabilidade do segmento houve um crescimento do volume de negociações dos valores do aluguel de imóveis comerciais, na tentativa de manter o inquilino e o contrato em vigor, evitando o fechamento do local, ou de pelo menos chegar a um acordo que seja viável para ambas as partes.
Mas com o home office, como ficam os imóveis comerciais?
No atual momento da pandemia, especialistas da área afirmam que a queda da movimentação nesse segmento, principalmente nos grandes centros urbanos, foi notória e refletiu bastante no setor. Afirmam também que o home office é uma prática que veio para ficar até mesmo com a ajuda das ferramentas tecnológicas, porém os setores estão aprendendo na prática como se desenvolver com essa modalidade, por se tratar de uma saída de emergência e não de uma aplicação de uso cotidiano até então, sendo difícil ainda traçar os novos rumos.
O corretor de imóveis, que atua com o segmento de imóveis comerciais no Rio de Janeiro, Marcus Vinicius Ferreira, deu seu relato sobre a atividade remota e porque ele considera que ainda há espaço para negociações no mercado de imóveis comerciais durante e pós-pandemia:
– O home office influenciou em como o profissional imobiliário está se comportando. O profissional precisa estar estruturado em termos de tecnologia, a carga horária é superior, fica o tempo todo online se relacionando com clientes ou superiores. No mercado no geral, a pessoa para estar em home office precisa de wsuporte para que as coisas aconteçam, ter todas as ferramentas e tecnologias disponíveis para desenvolver e finalizar os seus negócios. Quem está bem estruturado, o home office funciona bem, agora o que eu não acredito muito é na situação de um profissional vir a ser contratado nesse momento, e ele não ter a vivência mínima naquela empresa, eu tenho dúvidas se esse home office será eficiente.
Foi comprovado que com a implantação do home office em larga escala houve redução dos custos, otimização do tempo, além de menos transtornos como estresse com deslocamento, horário com transportes públicos e estima-se um aumento na produção. Segundo pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Administração cerca de 94% das empresas brasileiras destacaram que alcançaram ou ultrapassaram as expectativas de resultados com o home-office. Porém tem o outro lado da moeda, muito citada por especialistas, que é o profissional precisar saber separar o que é lazer e o que é trabalho. Manter o foco é um obstáculo, saber o momento de parar de trabalhar para priorizar a vida pessoal é outra dificuldade.
Com a pandemia do coronavírus e a adoção do home office, muitas pessoas buscaram refúgio na região serrana, seja através da compra ou até mesmo da locação. Esse público tinha como desejo sair dos grandes centros devido à Covid-19. Para a corretora de imóveis que atua na Região Serrana, Letícia Zanatta,o home office é uma prática que não tem prazo para acabar.
cebidos inúmeros benefícios para as empresas tanto o econômico, o tempo de deslocamento foi revertido em trabalho, e diversos outros fatores. Tem tudo para continuar até mesmo no próximo ano, nem que seja em esquema de rodízio. E favoreceu o profissional também, que pode trabalhar no conforto do lar, mas é claro, tendo que ter cuidado para separar o profissional do pessoal.
Ainda é cedo para projetar algum futuro em relação aos imóveis comerciais. A adoção do home office pode ocorrer em sua totalidade, como a empresa pode preferir que haja um espaço físico para que a equipe trabalhe em sistema de escala, por exemplo, ou para se ter um local unânime para tratar de questões burocráticas ou receber clientes. Ou até mesmo situações de profissões que necessitam de local de atendimento, como médicos, oftalmologistas, dentistas, e mais diversos outros profissionais.
Certo é que haverá uma mudança no perfil dos clientes que buscam imóveis comerciais, o que vai demandar uma rápida adaptação das ofertas. Acredita-se que a procura será por espaços menores, e a forma que o mercado está reagindo é com redução dos preços para conquistar locatários.
Outra perspectiva que a pandemia trouxe foi o momento ideal de investidores garantirem seu espaço no mercado, já que os valores e taxas estão mais baixos. Com esses investimentos, há movimentação no mercado imobiliário e na economia, gerando demanda, e mais negociações para os corretores do segmento comercial.
No geral, uma coisa é garantida, o setor imobiliário está sempre se inovando, se adaptando dentro da realidade que é apresentada e criando novas oportunidades para seus profissionais.