Os números de uma pesquisa da Transparência Internacional sobre lavagem de dinheiro no mercado imobiliário, publicada em 2017, somam um valor astronômico. O estudo identificou a existência de cerca de 3,5 mil propriedades registradas em nome de 236 empresas controladas ou vinculadas a paraísos fiscais e jurisdições secretas.

No total, esses imóveis estavam avaliados em US$ 2,7 bilhões ou R$ 8,6 bilhões em valores da época. Os dados servem para comprovar que o mercado imobiliário é um dos principais focos de lavagem de dinheiro não só no Brasil, mas no mundo.

Seis anos após a divulgação do estudo, os dados ainda servem como sinal de alerta para o setor imobiliário, como ficou bem claro no Seminário Internacional de Prevenção à Lavagem de Dinheiro (SIPLAD), que aconteceu de 17 a 20 de outubro, em Foz do Iguaçu.

Parceria entre o Sistema Cofeci-Creci, a American Bar Association e a GovRisk, o evento debateu soluções e os caminhos para minimizar o número de transações imobiliárias consideradas suspeitas no país. Aliás, este é um esforço que o Sistema Cofeci-Creci já vem fazendo há alguns anos, seguindo o que determina a Lei de Lavagem de Dinheiro, nº 9.613, de 1998.

“Saímos empenhados em implantar ações que contribuam para a melhoria do mercado imobiliário, beneficiando, assim, toda a sociedade”, comentou o presidente do CRECI-SP e vice-presidente do Cofeci, José Augusto Viana Neto.

Presente ao seminário, o presidente do Creci-RJ, Marcelo Moura, destacou a importância de combater esse tipo de prática no setor. “Se queremos um mercado imobiliário com crescimento sustentável, temos que colocar o combate à lavagem de dinheiro na ordem do dia. Afinal, essa é uma questão de integridade e ética desse pujante segmento da nossa economia”, ressaltou.

Além de presidentes, conselheiros e representantes de Conselhos Regionais de todos os estados, o SIPLAD reuniu representantes de uma série de entidades do país e do exterior. Entre elas estavam o Ministério Público do Trabalho, o Tribunal de Contas da União (TCU), o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a Polícia Federal, a Receita Federal, a ABA Paraguai e o GovRisk.

Em paralelo ao seminário, foram organizadas oficinas com os responsáveis pelas áreas jurídica, de fiscalização e superintendência dos CRECIs, para alinhar procedimentos e definir padrões de conduta pertinentes a essas entidades.

* com informações da Assessoria de Imprensa do Cofeci.