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Escondida por tapumes e ainda protegida por agentes da Força Nacional mobilizados para a Olimpíada, uma área de 18 mil metros quadrados, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, vai finalmente ser transformada em novo espaço público para a população. A prefeitura promete concluir, até o fim do ano, as adaptações necessárias no terreno que, até 2012, era ocupado pela Academia do Corpo e por uma boate. A proposta atual é semelhante à que foi lançada há quatro anos: criar o Parque Radical da Lagoa, com três paredes de escalada, duas pistas de skate, espaço para a prática de aeromodelismo, bem como uma pequena área para shows. Apenas a ideia de instalar uma tirolesa foi abandonada, por motivos de segurança.

A previsão inicial era que as obras terminassem em 2013, mas as adaptações foram suspensas. A área acabou sendo cedida ao Comitê Rio 2016 para implantar estruturas de apoio às provas de remo e canoagem da Olimpíada. Até o início de outubro, quando o espaço for liberado, as adaptações que ainda faltam devem começar. O terreno ainda permanece como “área olímpica”, devido à realização das provas paralímpicas de remo (que serão disputadas de hoje até domingo) e de canoagem de velocidade (nos dias 14 e 15)

– Caso o parque radical ficasse pronto antes da Olimpíada, seria necessário alugar um espaço privado para atender as necessidades da Rio 2016 no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas. Todas as áreas encontradas para locação pela entidade tinham custos muito elevados. Por isso, a prefeitura preferiu esperar para implantar o projeto – justificou o secretário municipal de Conservação, Marcus Belchior.

Segundo ele, os serviços que demandariam mais tempo de execução foram feitos antes de o terreno ser entregue ao Comitê Rio 2016. Isso inclui a demolição das instalações da Academia do Corpo e implantação de um novo trecho de ciclovia, entre outros trabalhos de urbanização. Faltam apenas duas licitações, previstas para os próximos dias. A primeira, no valor de R$ 21,2 milhões, será para comprar os equipamentos que serão instalados no local: paredes de escalada, equipamentos para as duas pistas de skate, brinquedos e um pequeno tablado. A segunda se destinará à seleção de monitores para acompanhar as atividades de escalada e skate.

ANTIGO TIVOLI PARK

Originalmente, o terreno onde será implantado o parque pertencia ao governo estadual. Em 2012, no entanto, o então governador Sérgio Cabral decidiu ceder a área para a prefeitura. A decisão foi tomada depois que o Ministério Público conseguiu anular, ao fim de quatro anos de brigas na Justiça, o contrato pelo qual o estado cedera a área para a iniciativa privada, sem licitação.

A Estação do Corpo chegou a ter três mil alunos. Tinha cinco mil metros de área construída, incluindo duas quadras de vôlei de areia, campo de futebol, pista de corrida e piscina semiolímpica. Antes, funcionou no terreno o Tivoli Park por 23 anos (1972-1995). Ele foi fechado pelo então prefeito Cesar Maia, após uma série de acidentes nos brinquedos e até mesmo uma denúncia de estupro no parque.

Fonte:O Globo – 09/09/2016