A cidade de Campos, na região Norte Fluminense, entrou em estado de alerta esse ano para combater um inimigo mortal: o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. O risco de uma epidemia de Dengue fez a prefeitura do município de quase 500 mil habitantes colocar em prática uma série de medidas para combater a ameaça da doença.

A saída passou pela criação de um gabinete de crise para coordenar e executar as ações e mobilizar a sociedade de uma forma geral. Com o chamamento do governo local, os corretores de imóveis também entram na luta contra o mosquito.

O chamado do governo local contou com a pronta participação dos corretores de imóveis que marcaram presença nas reuniões do gabinete, contribuindo com sugestões para combater a dengue. Estiveram presentes aos encontros os delegados do Creci-RJ em Campos Antônio Carlos de Lima e Edilza Mothe do Nascimento, além do corretor de imóveis Manoel Leandro Neto.

A lista de sugestões levantadas nos encontros incluiu, por exemplo, a criação do Selo de Boas Práticas para os imóveis; ter o cadastro de imóveis compartilhado com os órgãos de fiscalização; fazer o envio de mensagens antecipadas para alertar os proprietários sobre as datas de visitas dos órgão públicos aos bairros; colocar nas novas fichas de captações de novos imóveis informações para orientar os proprietários; a adoção de uma cartilha com informação para os proprietários; e a divulgação nos eventos dos corretores de imóveis de alertas sobre as orientações propostas.

A ideia de criar o Selo de Boas Práticas para os imóveis teve um bom acolhimento junto aos integrantes do gabinete de crise contra a dengue. Segundo Charbell Cury, a sugestão dos corretores de imóveis vai virar lei municipal, o que pode se tornar uma referência no país para adoção de uma medida como essa no combate à dengue.

“O objetivo é dar qualificação aos imóveis, mostrando que foram vistoriados e estão dentro dos protocolos da vigilância sanitária”, conta Charbell. Segundo o subsecretário, a cidade possui hoje cerca de 70 mil imóveis fechados ou disponíveis para a venda e locação, de uma base de 300 mil unidades.

Um dos participantes das reuniões do gabinete de crise contra a dengue, o corretor de imóveis Manoel Leandro Neto destaca a importância da participação dos profissionais locais na luta contra a doença.

“Participamos, compartilhando as ações e medidas solicitadas pelo poder municipal e levando as informações para os corretores de imóveis e proprietários”, conta.

Delegado do Creci-RJ em Campos, o corretor de imóveis Antônio Carlos de Lima destaca a participação e a boa vontade dos profissionais em colaborar com as ações da prefeitura local. De acordo com ele, uma das medidas adotadas é a divulgação de informações e alertas nos eventos voltados para os corretores de imóveis.

Como explica Charbell Cury, subsecretário de Vigilância Sanitária e Saúde Pública de Campos, o trabalho do gabinete de crise focou em três objetivos: sistematizar as ações de detecção epidemiológica, transmitir informações à população sobre os cuidados contra a doença e organizar a sociedade civil para uniformizar as medidas para o combate ao Aedes aegypti.

“Com as medidas e ações adotadas, todos os objetivos foram alcançados, afastando o risco de uma epidemia de dengue em Campos”, conta Charbell, destacando a importância da colaboração dos corretores de imóveis de Campos para afastar a ameaça de pandemia no município.