Quem compra terra não erra: um a cada cinco brasileiros vive em imóvel alugado
O Creci-RJ abordou o tema “Locação de Imóveis” na 33ª edição do Podcreci, realizado no dia 1º de março. O episódio contou com a participação de Rafael Sieiro, coordenador adjunto da comissão temática de Locação de Imóveis do Conselho, e Elisabeth Lavrador, conselheira consultiva da Sub-Região Delegacia de Copacabana e secretária-geral da comissão.
O programa foi uma oportunidade de refletir sobre o novo perfil de locatários, correlacionando com o aumento da população brasileira que reside em domicílios alugados, conforme dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Lei do Inquilinato, a digitalização e plataformização dos negócios, assim como o PL 107/2025 que tramita na Câmara dos Vereadores visando à regulamentação da locação de curta temporada por plataformas digitais, também estiveram no centro do debate.
O ditado popular “quem compra terra não erra” foi citado em alguns momentos por Rafael Sieiro. Com uma carteira de mais de 200 imóveis distribuídos por diversas regiões do Rio de Janeiro, o corretor de imóveis se dedica inteiramente à locação fixa. “Algo inexorável em nossa vida é morar. E em momentos de instabilidade econômica, com inflação e juros altos, observamos um protagonismo da locação em detrimento da compra e venda. O aumento do número de pessoas morando de aluguel, conforme apontado pelo IBGE, só nos confirma que a locação é um negócio sólido e atrativo, seja como renda complementar ou principal”, enfatizou.
A importância da segurança jurídica nas transações imobiliárias foi outro ponto relevante da discussão. Elisabeth Lavrador compartilhou o exemplo de golpe sofrido por um conhecido que alugou imóvel sem intermediação de um corretor. “Ele me procurou somente após alugar por temporada sem ter formalizado o negócio. Infelizmente, ele havia sido vítima de um golpe, pois a pessoa se retirou levando toda a mobília existente no imóvel”, relatou Elisabeth, reforçando a seriedade da locação imobiliária e a necessidade de contar com um corretor de imóveis na intermediação.
Os participantes também abordaram os desafios e oportunidades do investimento nesse segmento. Elisabeth destacou que muitos proprietários iniciantes desconhecem os custos envolvidos, como IPTU, condomínio e características específicas do imóvel, além de desconhecerem também a Lei do Inquilinato que rege a prática. “Pra você ter noção, já tive assessorado que chegou todo entusiasmado para me contar que comprou imóvel pra alugar em plataformas sem ter noção de que a prática era vedada pela convenção de condomínio”, acrescentou Rafael.
Ambos foram unânimes também sobre pontuações necessárias no PL 107/2025, que dispõe sobre a regulamentação de aluguéis por temporada em plataformas digitais. “É preciso que a Câmara ande junto com os corretores de imóveis aqui no Creci-RJ. O projeto está confuso. Embora o artigo quarto, que prioriza a segurança em áreas de uso comum dos condomínios, seja pertinente, todo o restante precisa de ajustes.”, concluiu.
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*Postagem em 04/04/25