A tradição e a presença de espaços destinados à cultura, educação, lazer, esportes e saúde são alguns dos atributos que conferem à Vila Mariana, na zona sul, a fama de queridinha dos paulistanos. De acordo com estudo feito pela imobiliária Lopes, 13% dos interessados em adquirir um imóvel na cidade buscam uma unidade no bairro.

A pesquisa foi realizada entre dezembro de 2011 e janeiro de 2014. Nesse período, os bairros Interlagos, Paraíso, Morumbi e Aclimação deixaram de figurar como os mais desejados, e a Vila Mariana assumiu o posto.

“A região sempre foi muito atrativa, misturando características de um bairro antigo e moderno, e tem a facilidade de deslocamento, com uma infraestrutura viária e de transporte público”, diz o diretor de atendimento da Lopes, João Henrique.

Para ele, a Vila Mariana sempre foi objeto de desejo e, ano a ano, vem crescendo, inclusive com o desenvolvimento de áreas do seu entorno, como Saúde e Ipiranga, por exemplo. “O bairro é um distribuidor, uma referência, com facilidades e escolhas para o morador”, diz.

Moradora do bairro há 45 anos, desde que nasceu, Patricia Krainer Safady tem muitas histórias e lembranças pela vizinhança. “Fui da primeira turma de crianças a andar no metrô da linha azul, assim que inaugurou o trecho entre o Paraíso e a Praça da Árvore, em 1974”, conta.

Patrícia lembra que, em seus tempos de criança, o bairro era muito mais residencial e, mesmo morando em prédio, ela se recorda das casas com as portas e janelas abertas, de conhecer pelo nome o dono de padarias, das farmácias e restaurantes.

Filha de libanês, Patrícia também destaca a grande quantidade de imigrantes na região. “Sempre houve uma mistura de raças, de pessoas de diferentes países. Meu pai morou aqui desde que chegou ao Brasil, nos anos de 1960”, conta.

Além de residencial e comercial, o bairro tem forte presença acadêmica, especialmente pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), um centro de referência, com hospitais, clínicas e institutos de estudo e pesquisa. “O hospital é importante para a região e traz pessoas do País inteiro”, diz Patrícia.

Ela também destaca a boa infraestrutura de comércio, serviços, transporte público e lazer. “Temos desde vendinhas até hipermercados, metrô, linhas de ônibus, além dos clubes, instituições de ensino, cultura, lazer e o Parque Ibirapuera.” A moradora conta que estudou na tradicional Escola Estadual Lasar Segall, na Rua Doutor Tirso Martins, e frequentava na época a biblioteca Viriato Corrêa, na Rua Sena Madureira.

Com dois filhos adolescentes, de 14 e 16 anos, Patrícia relata que ficou emocionada quando os matriculou em uma das escolas que frequentou. “É bom ver que, aqui, algumas coisas permanecem. Sempre usei o bairro, continuo usando, e hoje meus filhos desfrutam de tudo o que temos”, diz. Patrícia está de mudança, mas vai para apenas algumas quadras do endereço atual, de volta para a rua onde foi criada.

De acordo com o diretor de desenvolvimento da imobiliária Fernandez Mera, Marcelo Moralles, o bairro foi se transformando e se valorizando com tempo. “É uma região estratégica, com facilidade de locomoção e com vida própria.”

Segundo Moralles, a área tem recebido cada vez mais empreendimentos de alto padrão, com mais de 100 metros quadrados e com valores acima de R$ 1 milhão. “É difícil formar terreno na região e, quando se consegue, o custo é alto”, diz.

Além disso, o diretor da Fernandez Mera destaca que a presença médico-hospitalar da Vila Mariana atrai compradores de apartamentos do tipo studio – com cerca de 30 metros quadrados. “Vendemos um na região com preço médio do metro quadrado de R$ 13 mil”, diz.

Oportunidade. O gerente comercial da consultoria imobiliária Carneiro Gurgel, Lucas Fiorini Gurgel do Amaral, diz que tem na região da Vila Mariana 70% dos imóveis de sua carteira. Segundo ele, a maioria é residencial, mas há grande procura por pontos comerciais.

Amaral destaca que facilidade de locomoção do bairro, com linhas de metrô e importantes vias de acesso somada aos hospitais e instituições de ensino e pesquisa são atrativos para a busca por imóveis na área.

“Temos grande demanda por imóveis para alugar. Quem mais procura é estudante, mas também muitos médicos que estão trabalhando na região. Proximidade, infraestrutura de transporte e o Parque do Ibirapuera, ajudam na comercialização”, conta Amaral.

 

Os apartamentos pequenos, de acordo com o gerente da imobiliária, são bastante valorizados na região para aluguel, “O metro quadrado de um antigo está em torno de R$ 9,3 mil. A região foi e continua sendo muito boa”, avalia.

 

Fonte: O Estado de São Paulo – 07/06/2014