A Caixa Econômica Federal (CEF) estuda a criação de uma modalidade de crédito para financiar a compra de terrenos para loteamentos, disse ontem, o presidente do banco estatal, Gilberto Occhi.

“Está na esteira. Temos só que construir o funding (financiamento) porque o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não contempla essa modalidade, a não ser que seja compra do terreno e construção, mas em hipótese alguma para produção de loteamentos”, disse Occhi no evento Summit Imobiliário, em São Paulo.

O presidente da Caixa ressaltou que o setor imobiliário não pode depender apenas do FGTS e da caderneta de poupança para financiamento. “Precisamos construir juntos com o mercado de capitais alternativas de financiamento para o mercado imobiliário”, disse Occhi.

O presidente da Caixa também afirmou que os financiamentos concedidos pelo banco para a compra e a construção de imóveis no primeiro bimestre de 2017 no País já são maiores do que no mesmo período de 2016, reforçando as expectativas de que o mercado imobiliário voltará a crescer neste ano. “Há expectativas da Caixa de crescimento do mercado imobiliário, mas há também dados que já mostram essa realidade”, diz.

Em janeiro e fevereiro, o banco liberou R$ 14 bilhões de financiamento imobiliário. Para todo o ano, a Caixa tem um orçamento de R$ 84 bilhões em empréstimos nessa área, um pouco acima de 2016, quando atingiu R$ 81 bilhões.

Occhi ainda lembrou que nos próximos dias a Caixa irá liberar mais uma tranche de pagamentos das contas inativas do FGTS, o que, segundo ele, ajudará a injetar cerca de R$ 10 bilhões na economia. “Para nós, esse é um ano de confiança e de certeza de que invertemos a curva e vamos ter desenvolvimento do setor imobiliário novamente”, disse.

PDG Realty e Viver – O presidente da Caixa ainda minimizou os riscos para os mercados imobiliários e financeiros com os processos de recuperação judicial no setor, como são os casos das incorporadoras PDG Realty e Viver, cujas dívidas em reestruturação ultrapassam R$ 7 bilhões. “A Caixa está muito pouco preocupada”, afirmou.

Segundo Occhi, o banco estatal tem mantido conversas constantes com as empresas em recuperação para buscar as melhores condições para renegociação das dívidas, com alongamento dos prazos e revisões de taxas.

Fonte: DCI – 05/04/2017