Quem procura imóveis para alugar ou usados para comprar em Niterói está encontrando preços mais em conta. Dados do Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (Secovi), de 2011 a abril de 2014, demonstram que a variação do preço do metro quadrado em Niterói começa a baixar. As empresas do setor confirmam que o mercado sinaliza uma estabilidade dos preços dos imóveis, principalmente entre os usados e os disponíveis para locação. Para o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro (Creci), Manoel da Silveira Maia, este é o momento do futuro morador ditar o preço de compra e venda.

Segundo os diretores da Abidon Nazareth Imóveis, André e Cláudia Nazareth, os boatos de que os custos dos imóveis vão diminuir na cidade depois da Copa não são verdadeiros. Para eles, a Copa não influenciou o setor de imóveis de Niterói.

“O mercado está tendo sim uma estabilização nos preços, principalmente no que tange ao mercado de imóveis usados. Os proprietários começam a perceber que os valores aumentaram muito e estão solicitando alguma redução para que se adequem ao mercado atual”, afirma André.

A situação instável da economia brasileira e as empresas do segmento de Petróleo, que tiveram sérios problemas, juntamente com o atraso no Polo Petroquímico de Itaboraí, refletiram diretamente na economia da Região, de acordo com os diretores.

“Tínhamos uma crescente contratação de mão de obra e aumento na circulação de dinheiro em toda Região, mas, com esta estabilização em curto prazo, o mercado está com um volume menor de negócios e consequentemente, não absorve toda a oferta produzida pelo mercado imobiliário, nos preços praticados”, completa André.

Os bairros de Icaraí, São Domingos e Charitas são os que tiveram maior baixa na variação dos preços, exatamente por serem áreas onde os donos dos imóveis propõem valores mais altos. A informação é do gerente da Coluna Consultoria Imobiliária, Nelson Azeredo Coutinho.

“Muitos clientes perceberam que os imóveis ficaram na prateleira por um bom tempo. Tivemos um momento de baixa procura, desde dezembro do ano passado. Em maio, a procura começou a aumentar. Por isso, alguns tiveram que reduzir o valor, tanto para venda, quanto para locação, pois é melhor botar o dinheiro no bolso, do que ficar pagando condomínio e IPTU. Uma cliente alugava um apartamento por R$ 2,5 mil, em Charitas, passou para R$ 2,2 mil, e há pouco tempo, me pediu para cobrar R$ 1,9 mil. Não dá mais para reajustar sem critério”, analisa.

Chance de fechar bons negócios

O assessor de imprensa, Leonardo Scheuer, de 25 anos, se surpreendeu com o preço que ele e dois amigos conseguiram no aluguel de um apartamento de dois quartos, no Fonseca. A locação custa cerca de R$ 900.

“Antes, eu morava em Itaboraí. Agora, estou perto das barcas para ir para o Rio, onde trabalho. Ando até lá e ganho qualidade de vida e economia. O lugar é tão amplo, que transformamos a sala em outro quarto. Procurei em muitos locais onde a média era de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil. Não imaginei que conseguiria algo com essas qualidades por valor acessível. Com o que eu gastava de passagem no mês, pago o aluguel”, conta.

A massoterapeuta e esteticista Sueli Siqueira, de 43 anos, também foi feliz na sua escolha. Ela alugou imóvel de dois quartos e dependência, na Noronha Torrezão, em Santa Rosa, por cerca de R$ 1,4 mil.

“É bem localizado e todo reformado. Tem quadra, churrasqueira, salão de festas. Levei quatro meses, mas achei. Na Boa Viagem e em Icaraí não encontrei por menos de R$ 2 mil”, disse.

Compra – O preço dos imóveis esteve fixado abaixo da realidade de mercado por anos, e foi recuperado, conforme o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro (Creci), Manoel da Silveira Maia.

“É o momento de o futuro morador ditar o preço de compra e venda. Mas não há riscos na compra e venda, e o índice de inadimplências nos financiamentos de imóvel é de 1,5%, o que é muito razoável”, declara.

A Abidon Nazareth Imóveis prevê período positivo nos próximos meses, “já que acabou a euforia de que ‘vou comprar agora e vender para ganhar 50% de rentabilidade'”.

“O mercado volta a normalidade com negócios a preços justos, portanto, a compra de imóveis sempre foi e será a médio e em longo prazo, uma forma segura de aplicar o nosso dinheiro”, explica André.

 

Fonte: O Fluminense, Íris Marini – 09/06/2014