Museu do Amanhã recebe certificação máxima em sustentabilidade

RIO – Campeão no quesito visitação — desde sua inauguração, em 19 de dezembro do ano passado, 716 mil pessoas conferiram suas exposições —, o Museu do Amanhã também é um sucesso no quesito sustentabilidade. A instituição recebeu o selo ouro da certificação Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), concedida pelo Green Building Council a empreendimentos com alto desempenho sustentável. A chancela coloca o museu no rol dos prédios mais verdes do país e consagra a tendência da Praça Mauá de ser um ícone da revitalização da Zona Portuária. Em 2013, um outro espaço cultural da região, o Museu de Arte do Rio (MAR), já havia conquistado o selo prata.

— Foi um processo longo até conseguirmos o selo. A Fundação Roberto Marinho, ao começar a investir em museus no Rio, definiu que buscaria o selo LEED, escolhido por ser a certificação mais abrangente, por avaliar mais categorias. Quando começamos a trabalhar no Museu de Arte do Rio, no Museu do Amanhã e no Museu da Imagem e do Som (MIS), tomamos a decisão de conseguir os selos. Todo o processo, do plano ainda no papel até a entrega da obra, passou a seguir os critérios exigidos pelo Green Building — diz Deca Farroco, gerente de projetos da fundação, acrescentando que o MIS, em construção na Avenida Atlântica, também vai pleitear a certificação.

A conquista do selo ouro, explica Deca, referenda os conceitos do Amanhã:

— É um museu que incentiva o debate sobre o conceito de sustentabilidade, que discute e questiona como as ações de hoje terão reflexo no futuro. O projeto tinha de ser coerente com o discurso que prega.

PIONEIRO NO PAÍS

Com a certificação, o Amanhã passará a ser o primeiro museu brasileiro a ter esse nível de reconhecimento internacional. Há quatro tipos de classificação: certificado, prata, ouro e platina. Sete itens tiveram destaque na avaliação: uso racional da água; espaços sustentáveis; qualidade dos ambientes internos da edificação; inovação e tecnologia; atendimento às necessidades locais; redução, reutilização e reciclagem de materiais e recursos; eficiência energética.

O museu conta com um sistema de refrigeração que capta água da Baía de Guanabara e a devolve, mais limpa, ao mar. Além disso, a água de pias, lavatórios e chuveiros é reutilizada. A geração de energia vem sendo feita por meio de placas que transformam a luz do sol em eletricidade — são 5.492 painéis fotovoltaicos. Segundo a Fundação Roberto Marinho, a estimativa é que, por ano, sejam economizados 9,6 milhões de litros de água e 2.400MWh de energia elétrica, quantidade capaz de abastecer quase 600 residências. A arquitetura do prédio, do espanhol Santiago Calatrava, priorizou a entrada de luz natural e o paisagismo, do escritório Burle Marx, optou por espécies nativas.

O Museu do Amanhã é uma iniciativa da prefeitura do Rio, concebido e realizado com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo, tendo o Banco Santander como patrocinador master. O projeto conta com a BG Brasil como mantenedora e o apoio dos governos estadual e federal. O Instituto de Desenvolvimento e Gestão cuida da administração do museu.

Fonte: Jornal O Globo – 08/07/2016