transito

Investimentos em infraestrutura e mobilidade urbana contribuíram para a valorização do metro quadrado em diversas regiões da capital fluminense. Os BRTs e a Linha 4 do metrô, usados para o transporte de espectadores da Rio 2016, impactaram principalmente a Barra da Tijuca.

Mas a facilidade de acesso ao transporte traz diferenças mesmo em áreas vizinhas. No entorno da estação de metrô do Jardim Oceânico, a média do metro quadrado dos imóveis chegou a R$ 12.879, 24,71% acima do preço médio da Barra, e 30,07% superior à média municipal.

Já a Região Olímpica, que inclui os arredores do Parque Olímpico, teve média de R$ 7.703, 25,4% menor que a da Barra e 22,2% abaixo do m² médio da cidade. A diferença é que a área é atendida apenas por ônibus e BRTs – a viagem entre a estação do Morro do Outeiro e o metrô leva de 30 a 40 minutos.

“Esses investimentos em infraestrutura valorizaram imóveis nas regiões diretamente afetadas, que estavam degradadas ou mal exploradas. Mesmo as áreas que não receberam intervenções diretas foram relembradas como novas possibilidades de moradia. O Parque Olímpico passou a ser um local que ofereceria qualidade de vida para quem estava pensando em se mudar do Rio”, diz o vice-presidente administrativo do Secovi Rio, Ronaldo Coelho Netto.

Coelho Netto, porém, lembra que não há perspectiva de novos investimentos em mobilidade a curto prazo. “A ampliação do sistema de transportes foi feita para receber os turistas dos Jogos. Novos polos poderão surgir na cidade desde que haja investimentos. Sem inovação ou atrativo, é muito difícil haver valorização imobiliária”, afirma.

Para o vice-presidente do Secovi Rio, este é o momento ideal para negociações já que o mercado imobiliário está retraído, com aumento da oferta e preços mais retraídos. “A chegada do metrô na Barra eleva o potencial de valorização dos arredores do Jardim Oceânico pela facilidade de transporte. O mesmo acontece nos bairros com BRTs, que facilitam o ir e vir. Quando se facilita o transporte em uma região, as próprias construtoras procuram terrenos nessa área”, ressalta.

Valorização

Nos arredores do Complexo Esportivo de Deodoro, na zona oeste, houve a construção do BRT da Transolímpica, até o Recreio dos Bandeirantes. Futuramente, será concluído o BRT Transbrasil, até o centro do Rio. A área passou a ser um novo espaço de interesse para a construção de residências. Somente o bairro de Guadalupe teve valorização de 11,14% entre maio e agosto deste ano.

“Foi a região com a maior valorização para locação, e compra e venda de todo o Rio. Ela atende a classe de renda mais baixa com facilidade de transporte. Isso comprova que a cidade tem novas regiões atraentes para moradia. Quando se tem mobilidade, a população se desloca do centro porque sabe que terá mais qualidade de vida nos arredores, com imóveis maiores, mais agradáveis e vizinhança melhor”, defende Coelho Netto.

Fonte: DCI – 16/09/2016