Espelho é um curinga na decoração, mas quando bem usado. O recurso traz a sensação de amplitude para os ambientes e ainda esconde o que não precisa ser mostrado – como uma viga ou coluna fora do lugar. Mas o grande perigo é o uso em excesso. “Erra quem não pensa na harmonia do espaço. É essencial lembrar que os espelhos duplicam tudo e podem deixar um ambiente repleto de objetos decorativos mais carregado”, afirma Brunete Fraccaroli, arquiteta. Um exemplo disso é deixar uma mesa de centro espelhada próximo a outros itens também reflexivos. A saída é manter um espaçamento entre as peças e evitar a famosa “reflexão infinita”.

O uso de espelhos na decoração traz modernidade aos espaços, além de valorizar as peças quando bem instalados. Uma proposta é usá-los atrás de móveis, como aparadores e sofás (que podem inclusive serem espelhados), sempre pensando em modelos de grande porte. E não é preciso pendurar o espelho ou preencher toda a parede. A alternativa pode ser deixar a peça encostada e levemente inclinada, para visualizar objetos que não estejam na altura dos olhos. Mas saiba que a sobreposição de itens cromados ou espelhados precisa ser feita de um mesmo lado da parede e somente em ambientes de tamanho médio ou grande.

Outra finalidade do uso de espelhos é ampliar o campo de visão do ambiente. “Muitas vezes as pessoas ficam olhando para a parede durante as refeições enquanto um espelho retangular garantiria perspectivas diferentes”, afirma Silvana Lara Nogueira, arquiteta.

E não acaba aí. As pessoas também erram ao pendurar modelos pequeninos e solitários em paredes grandes e vazias (neste caso, prefira uma composição). “Tudo isso prejudica a decoração e deve ser evitado, assim como o uso de grandes espelhos horizontais únicos em ambientes integrados. O recurso deve trazer a sensação de amplitude e dividir, de maneira discreta, os espaços e não o contrário”, afirma Ramiro Fernandes, arquiteto.

Lembre-se ainda de nunca deixar espelhos de frente para a cama, gerando desconforto na hora de dormir – ao invés disso, use penteadeiras ou faixas espelhadas sobre a cabeceira. Propostas decorativas também podem invadir os espelhos. Bordas trabalhadas com chanfrados e angulações diferenciadas (conhecido como bisotê) são técnicas que conferem beleza aos modelos. O uso de molduras é mais uma ideia que os evidencia, sendo adequados em decorações coloniais. Além disso, está em alta recorrer a placas recortadas ou desenhos em forma de mosaico. “Usar espelhos de tamanhos diferentes traz movimento e estilo ao resultado final”, diz Joia Bergamo, arquiteta.

Fonte: Jornal O Dia – 02/05/2014