Realmente, as questões mais importantes muitas vezes passam despercebidas. Digo isso porque considero esse artigo um dos mais relevantes que já me dediquei, embora de conteúdo extremamente óbvio e simples para mim, por mais paradoxo que possa ser. A idéia do texto surgiu essa semana, durante um almoço muito agradável com um amigo que após nosso papo descontraído, sugeriu que eu compartilhasse com vocês alguns aspectos e o meu firme ponto de vista sobre esse tema.

 

Tudo começou quando ele me apresentou um anúncio, que o mesmo tinha um determinado interesse, e que terminava com a seguinte sentença, no mínimo, de inteligência bastante suspeita e decisão de risco elevada – “Direto com o proprietário, não aceito corretor“.

Pronto, foi dada a deixa… E comecei a argumentar de uma forma enfática – mais sobre a sentença em si, do que a respeito do imóvel que o anúncio se referia – e enumerar quase sem paradas para respirar sobre “a importância de um Bom Corretor em toda transação imobiliária”, como também sobre o risco de não tê-lo por perto.

 

Seguem meus argumentos:

 

·  Quantos imóveis à venda um cliente que não trabalha no ramo tem conhecimento sem entrar em um site de ofertas ou ligar para a imobiliária e/ou corretor de sua confiança? Ou seja, quem tem uma carteira de produtos imobiliários disponíveis para a venda?

·  Quem poderá comprovar se o imóvel que você procura estará dentro ou não de uma faixa razoável de preço? Não seria aquele que está apto a fazer avaliação do seu e de qualquer outro imóvel?

·  Quem saberá lhe dizer todas as vantagens e desvantagens daquela eventual escolha?

·  Quem saberá lhe dizer as últimas variações de preços daquele tipo de imóvel?

·  Quem saberá lhe orientar na hora da primeira oferta, no momento de formular sua proposta e indicar se há espaço para uma oferta mais agressiva ou não, em termos de desconto?

·  Quem saberá lhe chamar atenção para algumas características secundárias (estilo da fachada, ventilação, planta, acabamento entre outros) do imóvel escolhido?

·  Quem irá lhe chamar atenção para todos os riscos que envolvem uma transação imobiliária? Quem, da mesma forma, também poderá lhe citar todas as inúmeras vantagens em relação ao mercado?

·  Quem sabe para onde caminha a expansão natural, ou não, do seu bairro e/ou da sua cidade em termos de mobilidade, comércio, infra e, obviamente lhe apontar um possível direcionamento ordenado e seguro do mercado imobiliário?

·  Quem saberá narrar todo o histórico do mercado imobiliário da região – alvo de interesse?

·  Quem está acostumado a lidar nessa hora tão importante e delicada, nem sempre linear, em termos de humores, de ambas as partes – comprador e vendedor?

·  Quem está legalmente credenciado a lhe auxiliar nesse momento tão importante da sua vida?

·  Quem conhece todos os trâmites de uma compra e venda?

·  Quem sabe qual a praxe para cada tipo de situação que pode se apresentar e muitas vezes surpreender, desde o momento da visitação até o fechamento da transação imobiliária, colaborando no desenvolvimento do negócio?

·  Quem poderá lhe indicar um prognóstico daquela “mercadoria” escolhida em temos do seu histórico de liquidez, valorização e outros aspectos para uma tomada de decisão mais segura?

·  Quem tende melhor a apontar e buscar durante a negociação, o desfecho mais justo em termos de preço?

·  Quem pode lhe informar periodicamente a avaliação e valorização do seu patrimônio imobiliário?

·  Quem pode lhe sugerir o melhor produto imobiliário de acordo com o seu perfil de investidor?

·  Quem tem a obrigação de lhe chamar atenção para aspectos, principalmente não óbvios, da eventual aquisição?

·  Quem saberá debater e sustentar, eventualmente com um banco que lhe oferece um empréstimo ou financiamento, em relação à avaliação?

·  Quem representa a parte “neutra” entre os diversos interesses do comprador e do vendedor?

·  Quem irá lhe alertar sobre possíveis aspectos da vizinhança do imóvel pretendido que muitas vezes não são notados nas visitações?

·  Quem irá servir de “mola” ou até mesmo de “válvula de escape” – necessárias algumas vezes –  para compor uma solução em relação a possíveis desencontros dos interessados no negócio?

·  Quem saberá lhe dizer se aquele imóvel, em termos de tamanho, número de vagas entre outras características primárias, segue o padrão ideal ou é um elefante branco para a região?

·  Quem saberá conduzir uma boa primeira visita que facilite uma comunhão entre vendedor e comprador, gerando um bom clima entre as partes que irão enfrentar a seguir uma menor ou maior maratona de emoções?

·  Quem lhe acompanhará e colaborará para que tudo se encaminhe da melhor forma desde o primeiro passo do comprador dentro do imóvel até a ocasião da sua mudança?

·  Você, cliente comprador, sabe a taxa de vacância, valor de locação ou velocidade de vendas de algum produto imobiliário que não seja o seu ou até mesmo o seu? E tem noção da importância dessas questões como ferramentas para sua decisão de compra ou de venda em relação a determinados tipos de imóveis? Quem saberá e tem o dever de informá-lo?

·  A realização do sonho da casa própria muitas vezes envolve, solicita e subtrai bastante o lado emocional, tanto dos vendedores quanto dos compradores. Quem pode lhe chamar a razão e apontar aspectos concretos de maneira clara e objetiva que ajudarão a influenciar sua decisão?

·  Quantas vezes você imagina que uma família mude de residência ao longo do tempo? Quantas transações um corretor realiza durante um ano? Se você acredita no valor da experiência, qual o melhor profissional que poderá construir pontes e abrir caminhos durante a negociação para aquisição do seu imóvel?

·  Você pode supor que a harmonia entre as peças de um imóvel, dentre outras características “ocultas” ou indiretas pode influenciar e muito na liquidez daquela mercadoria? Quem saberá traduzir isso para a prática da negociação e precificação?

·  Você acha realmente que a avaliação de um imóvel vive apenas do tripé: ponto, metragem e preço? A quem você deve consultar para saber se é apenas isso ou se existe outras variantes?

·  Quem tem o dever ético de não poupar nenhuma informação sobre o imóvel em questão, que muitas vezes por conveniência o vendedor omite de levar ao conhecimento do comprador, aspectos que influenciam o dia a dia e o cotidiano do futuro morador?

·  Quais os argumentos do vendedor, do ponto de vista comercial, que se sustentam? E os do comprador? Qual profissional poderá lhe ajudar a responder as duas perguntas anteriores?

·  Quem saberá botar preço para o que tem preço e nunca supor valor para o que não está a venda, mas que está sempre presente nas margens de todas as negociações para aquisição da casa própria? Principalmente, a quem caberá esse zelo?

·  Quem acredita que apenas pelo fato de “saber” (bem entre aspas) o preço de uma mercadoria, está automaticamente credenciado a participar de uma negociação da mesma com toda autoridade? Ou seja, no caso do mercado imobiliário, quem realmente tem capacidade para patrocinar a intermediação de uma compra e venda?

·  Quem pode, com a ajuda de publicitários, sugerir uma peça eficaz de propaganda para auxiliar na demonstração do seu imóvel?

·  E afinal, quem tem nas mãos a chave (!) da sua futura casa?

 

Creio que a resposta para todas as perguntas formuladas acima seja uma só…

Resposta:

O CORRETOR DE IMÓVEIS (com suas múltiplas funções).

 

De acordo com o que Rui Barbosa afirmou:

“A família é a célula mater da sociedade”

E partindo do princípio que nada pode deixar uma família mais realizada do que a conquista do seu Lar, do seu cais, da sua casa, do seu teto, do seu porto seguro… Fica fácil concluir qual o valor do CORRETOR DE IMÓVEIS e qual a mais nobre das suas tarefas.

 

Meu caríssimo corretor, no meu ponto de vista, os seus acertos podem ajudar na construção de um lar, por outro lado seus erros podem destruir o maior de todos os sonhos. Sua responsabilidade dentro desse contexto é enorme.

 

Finalizando, meus votos é que continuemos a achar esses lares, mais do que “simples” moradias, na medida cada vez mais certa para todas as famílias que nos procurarem e para todos os clientes que nos brindarem com esse voto de confiança, abrindo seus maiores anseios de liberdade e amor. E para aqueles que nos abrem a porta de casa buscando novos ares e/ou ciclos que saibamos nos comportar a altura dessa honrada missão.

 

Valorize-se!!!

 

O mais imprescindível: o Lar.”

Madre Teresa de Calcutá

 

Com meu sincero e carinhoso abraço,

 

Paulo Cezar Ximenes