Evento que foi focado em Compliance e Vendas teve alta adesão de profissionais do mercado imobiliário

 

Foi realizado no dia 07/12, o II Simpósio do Creci-RJ em Negócios Imobiliários. O evento, promovido pelo Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado do Rio de Janeiro, ocorreu no Centro de Convenções Mario Henrique Simonsen, na Barra da Tijuca. De 9h às 18h o público presente, composto por corretores, presidentes de outros Conselhos e representantes de empresas, assistiu às palestras sobre os novos paradigmas da corretagem, compliance, sistema de gestão, crise econômica e inovação. Ao todo foram mais de 400 participantes.

O primeiro palestrante do dia foi o ex-desembargador, Dr. Sylvio Capanema, falando sobre os Novos Paradigmas da Corretagem Imobiliária. Durante seu discurso, Capanema falou sobre o início da profissão e da forma vulgarizada como o corretor era visto pela sociedade, bem como a falta de exigência e qualificação para trabalhar neste ramo. Muito espirituoso, o desembargador brincou com o público e fez um discurso descontraído, mas mesclando com momentos de reflexão. Abordou a desigualdade social, a discriminação racial e sexual, entre outros conflitos presentes em nossa comunidade.

Em suas palavras, “a mão mais violenta é a mão que se retrai, que fecha a porta”, refletindo sobre a forma em que julgamos e agimos com aqueles que mais necessitam. Lembrou a todos que a sociedade está em constante transformação e sempre mudando seus valores, portanto um corretor precisa se adaptar às mudanças para sobreviver no mercado.

O desembargador deu lugar ao sócio-diretor da Marin & Advogados Associados, Dr. Luis Fernando Marin com sua palestra sobre Compliance na Corretagem e Administração de Imóveis. Logo no início de seu discurso, Marin afirmou que “compliance não é modismo, mas sim uma tendência que veio para ficar” e explicou que o termo significa “agir com ética, honestidade e em conformidade com a lei”. Apresentou o “Pentágono da Fraude” e explorou bastante o tema corrupção, alertando que os programas de compliance visam impedir propinas, desvios e lavagem de dinheiro, terrorismo, entre outros crimes através da criação de modelos de prevenção dentro das organizações.

Marin aconselhou que os corretores montem uma base de dados com informações importantes sobre seus clientes, as vendas e todos os envolvidos na transação, visando ter sempre informações importantes para evitar fraudes.

Terminou a primeira parte do evento, o Dr. Cláudio Carneiro Bezerra, Presidente da Subseção da OAB da Barra da Tijuca. Ele trouxe a público o tema “O Sistema de Gestão de Compliance: Uma Necessidade para as Empresas” e começou falando da importância de transparência como um fator determinante para impulsionar as vendas e movimentar a economia, pois uma política transparente transmite mais confiança e dá mais segurança ao consumidor. Alertou para as mudanças comportamentais para os próximos anos e uma necessidade cada vez maior da aplicação do compliance para melhorar a imagem de empresas que buscam se reestabelecer e se reposicionar no mercado.

Encerrou seu discurso falando sobre o chamado “efeito dominó”, no qual um vai corrompendo o outro para que todos comecem a se beneficiar de forma ilícita e corrupta de determinados investimentos, apresentando, ainda, um fluxograma sobre este tópico.

Após o intervalo para o almoço no início da tarde os representantes da Homer subiram ao palco para falar sobre o surgimento, funções e facilidades do aplicativo, ressaltando que o objetivo principal é aproximar o corretor do vendedor ou comprador de acordo com seus perfis de busca.

A retomada das palestras se deu com José Peixoto Accyoli Neto, Presidente da Remax Brasil, para falar sobre Como Sobreviver e Ainda Crescer na Crise. A primeira advertência do palestrante foi: “Não culpe a crise”. Justificou tal afirmativa com números que provam que as vendas continuam sendo feitas por quem não tem medo e não se esconde atrás das adversidades para justificar o próprio fracasso.

Lembrou que a sociedade evolui de acordo com os avanços tecnológicos e que um bom corretor precisa se adaptar a estas mudanças e inovar para obter melhores resultados. Com o avanço dos sites de vendas de imóveis que aproximam comprador e vendedor sem necessidade de um corretor, além de utilizarem porteiros e síndicos como ferramenta para visitação dos imóveis, Peixoto levantou um questionamento e fez com que todos refletissem sobre o futuro da profissão: “O corretor será substituído por um computador no futuro?”. Para responder, ele apontou os diversos perfis de corretores que serão substituídos, destacando que os profissionais somente sobreviverão se possuírem diferenciais e se ajustarem às tendências. Encerrou seu discurso falando sobre a importância da qualificação profissional e contando sua própria história de superação no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha.

Uma pausa para o café e um retorno à todo vapor. A última palestra do dia ficou por conta de Diego Maia, CEO do Grupo CDPV. O tema de sua apresentação foi a “Inovação para Vender Imóveis: Tudo Que Precisamos Fazer Para fechar Negócios Mesmo em Épocas Turbulentas”. Foi a palestra mais animada do evento, além de ter sido um discurso bastante motivacional.

Maia falou sobre tecnologia e como os corretores precisam lidar com ela, bem como usá-la para se adaptar ao mercado e facilitar seus meios de divulgação e contato com os clientes. A importância de manter o foco em coisas boas e positivas, eliminar hábitos inúteis e realizar tarefas que sejam produtivas, não só para âmbito profissional. Falou da necessidade de se utilizar melhor o tempo para estar sempre se aprimorando. Fez uma crítica aos corretores que inventam desculpas para não realizar cursos de aperfeiçoamento e sempre procrastinam as coisas importantes da carreira.

 

Perspectivas para 2018

Alguns empresários, ícones do mercado e presidentes de outras entidades estiveram presentes ao evento e falaram sobre 2018. Philippe Correa, especialista em solução para locação da Porto Seguro demonstrou otimismo para o próximo ano:

– A nossa visão é bastante otimista. A gente já começa a enxergar uma retomada normal e natural para o próximo ano. 2018 será uma caixa de surpresas (com as eleições), mas as piores ondas já passaram e o cenário é muito positivo, sim. E 2019 será ainda mais positivo.

O presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto também comentou sobre o balanço deste ano e a expectativa para 2018 no setor imobiliário:

– A redução da taxa Selic, à níveis que jamais houveram na história, é um fator muito positivo, pois tudo indica que haverá queda de juros no financiamento imobiliário. O mercado de habitação, em especial, só vai bem se tiver financiamento, porque poucos tem dinheiro para comprar imóvel à vista.

O presidente do Creci-MG, Newton Marques Barbosa Júnior, demonstrou otimismo e fez relação entre política e oscilação econômica no Brasil.

– A gente tem visto a tendência hoje de a economia estar andando paralelamente às questões políticas, mas eu acredito que em 2018 iremos entrar com um mercado imobiliário mais aquecido do que foram estes dois últimos anos. Estamos com entusiasmo e com esperança de que será um ano melhor.

Ao fim do Simpósio houve um discurso breve do presidente do Creci-RJ, Manoel da Silveira Maia e da assessora pedagógica Maria Helena Lessa em agradecimento à presença de todos. Teve, ainda, o sorteio de cestas com brindes, chocolates, panetone e smartphone para quem fez doação de alimento para a instituição Vivendas da Fé-lar da Criança “Minha Casa, Doce casa”, no qual foi arrecadado um total de 140 quilos de alimentos e 32 latas de leite.

O II Simpósio do Creci-RJ foi patrocinado pelas empresas Porto Seguro – Soluções para Locação, Homer e teve o apoio do Grupo CDPV.

 

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