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A brincadeira de criança com blocos de montar agora é uma realidade no mercado imobiliário. A startup Molegolar, do Recife, criou um novo modelo de prédio, em que os apartamentos são módulos (tipo um miniapartamento). Aumentou a família? Compre mais um módulo. Os filhos saíram de casa? Venda uma parte do imóvel.

A ideia já está saindo do papel em quatro estados do Nordeste, e há contratos fechados com construtoras em São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. De acordo com o criador do negócio, Saulo Suassuna Fernandes Filho, a empresa vai para os Estados Unidos.

– Substituímos os apartamentos por módulos residenciais inteligentes, redistribuindo os elementos técnicos para que eles pudessem ser combinados e formar unidades de várias metragens diferentes. Assim, em vez de escolhermos um perfil restrito de usuários, oferecemos unidades com uma a quatro suítes com 54, 58, 112, 116, 170 e 224 metros quadrados – explica Saulo.

Movendo-se paredes, um apartamento pode ocupar um andar inteiro, apenas metade de um andar ou virar dúplex. O preço? No segmento médio existem módulos de 30m² por valores a partir de R$ 180 mil. Há módulos maiores, de até 125m² , que podem chegar a R$ 1,2 milhão.

– A vida é dinâmica e as habitações também precisam ser. A Vila Olímpica é um exemplo. Imagine se essas torres fossem molegolares, e fosse possível combinar módulos para formar diversas metragens diferentes? A velocidade de vendas seria bem maior – considera.

Sem metragem fixa por andar, os prédios têm que ter uma planta já pensada para receber os módulos. Saulo cita também que este tipo de construção traz facilidades na partilha da herança e divórcios, já que podem ser escriturados individualmente para cada cônjuge ou herdeiro, pois cada módulo tem documentação própria.

– Também é possível fazer um distrato parcial, em caso de dificuldade financeira, devolvendo apenas a quantidade de módulos do saldo devedor – explica.

Pais que compram os apartamentos para morar com os filhos e depois se veem no ninho vazio também são beneficiados com este tipo de construção.

– Se os edifícios fossem molegolares, bastava destacar os módulos vazios, sem precisar sair do apartamento do qual se que gosta – finaliza.

Fonte: O Globo – 02/10/2016