Nem a perspectiva de dificuldades na economia está desanimando o aluguel por temporada neste verão. Com as temperaturas – e o dólar – nas alturas, os corretores do interior do estado estão otimistas quanto à ocupação dos imóveis, em especial nas regiões litorâneas. Afinal, quando a valorização da moeda americana inviabiliza as viagens para o exterior, o jeito é se divertir perto de casa.

– Quando chega o verão, as pessoas querem aproveitar o momento. A preocupação com a economia fica para depois – acredita Fábio Pierre, corretor que atua em Cabo Frio, onde a procura por imóveis de temporada está até 50% maior que no ano passado.

Em Paraty, a demanda também cresceu. Está cerca de 10% superior. Preferida de quem busca tranquilidade, a charmosa cidade colonial tem casas de dois quartos com diárias a mil reais. Imóveis maiores ficam entre R$ 1,5 mil e R$ 2,5 mil, por dia, mostra levantamento feito pelo Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci-RJ).

– Para réveillon, alugamos tudo. Mas para janeiro e carnaval ainda há bastante disponibilidade – diz Eduardo Andrade, corretor que atua na cidade.

EXPECTATIVA DE LOTAÇÃO GERAL

Em Búzios e Cabo Frio, na Região dos Lagos, o réveillon também foi de lotação esgotada. Alguns corretores já não tinham nada a oferecer um mês e meio antes das festas. E a expectativa é que o mesmo se repita ao longo de todo o verão. Na badalada Búzios, é possível encontrar casas amplas, com quatro ou cinco quartos, próximas às praias, com diárias entre R$ 3,5 mil e R$ 5 mil. Em Cabo Frio, preços de R$ 250 a R$ 3 mil. Valores que chegam a ficar 30% acima dos cobrados na temporada passada.

Já em Angra, o público vai dos mochileiros da Ilha Grande ao pessoal que aluga mansões com lanchas e staff completo. Mas, nestes casos, as diárias não saem por menos de R$ 5,5 mil. Para o carnaval, a expectativa é que a procura comece a se intensificar agora, já que, tradicionalmente, a demanda é maior após as festas de fim de ano. Neste período, assim como no réveillon, os valores das diárias cedem lugar aos pacotes fechados. Mas, este ano, por conta da previsão de dias difíceis na economia, o período de estadia pode diminuir. Em vez de sete a dez dias, já há muitos turistas procurando períodos de apenas cinco dias.

– No réveillon, muita gente veio praticamente só para ver os fogos e foi embora. Brasileiro não quer deixar de comemorar, mas também não está querendo gastar tanto assim – avalia Cláudio Rafael, corretor que atua em Búzios.

A boa notícia é que na maioria das cidades não houve grandes alterações em relação aos valores praticados no ano passado. Em Búzios, por exemplo, é possível encontrar casas de dois a três quartos, em Geribá, por cerca de R$ 8 mil, o pacote de dez dias. Em Cabo Frio, para o mesmo período, os preços vão dos R$ 6 mil aos R$ 12 mil, dependendo da localização do imóvel, e de sua proximidade com a praia.

Em Paraty, é possível fechar pacotes de cinco dias a partir dos R$ 5 mil em casas no centro histórico. Já no condomínio Laranjeiras, onde as casas são mais amplas, os valores ficam bem mais salgados. Ali, o pacote não custa menos de R$ 20 mil durante a festa de Momo.

Opções mais baratas nesse período só mesmo na Serra. A região que costuma atrair mais visitantes durante o inverno tem opções charmosas para quem quer passar longe da folia. No Condomínio Quitandinha, por exemplo, há apartamentos de 30 metros quadrados que são alugados por cerca de R$ 1.500 a R$ 1.800, o mês; e de 60m², por cerca de R$ 2.800.

– São apartamentos com varanda, vista para o lago e que estão mobiliados como um pequeno loft, com mezanino que serve como quarto – conta o corretor Fabrício Junqueira.

Os preços são os mesmos durante todo o verão e também é possível alugar por períodos inferiores a um mês. Quem preferir ficar em uma casa em Itaipava ou Corrêas, as regiões mais procuradas da cidade, vai pagar diárias entre R$ 200 e R$ 550, segundo o levantamento feito pelo Creci-RJ. Já em Teresópolis, as diárias vão dos R$ 150 – por um apartamento de dois quartos no Bairro do Alto – aos R$ 450, numa casa de três quartos no mesmo local.

 

 

Fonte: O Globo – 04/01/2015