O subúrbio está sendo redescoberto. E a partir de mudanças nas regras dos Projetos de Estruturação Urbana (PEUs), que agora permitem construções com até 12 andares, a região virou um dos focos do mercado imobiliário neste ano. É por isso, também, que bairros como Madureira e Penha passam a receber condomínios-clube, um tipo de empreendimento mais comum na Barra e no Recreio.

– Acho que em 2014 vamos ter o ressurgimento de alguns bairros que estavam esquecidos. Em especial Madureira, porque teve um replanejamento urbano que favorece a construção, e a Penha, que deve ter novos lançamentos – acredita João Paulo Matos, presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi).

Sanderson Fernandes, diretor do Grupo Avanço Aliados, reforça a tese:

– Acreditamos no potencial da Zona Norte, tanto que nossos primeiros projetos foram na Vila da Penha. Pretendemos continuar a investir na região, levando o conceito de condomínios-clube.

Sobre esse novo conceito de imóvel que desembarca na região, João Paulo explica que novos terrenos na Zona Norte permitiram sua chegada:

– Agora (com a mudança do PEU), a região consegue ter condomínios-clube. Isso passa a ser uma tendência e vem somar para o subúrbio.

Valorização de imóveis deverá ficar entre 5% e 10%

 A valorização dos imóveis no município do Rio deverá chegar a cerca de cinco a dez pontos percentuais acima da inflação em 2014, segundo a estimativa do presidente da Ademi, João Paulo Matos:

– Acho que 2014 deve seguir a tendência de 2013, mostrando um ligeiro crescimento, provando a maturidade do setor imobiliário.

Embora não arrisque um número, Leonardo Schneider, vice-presidente do Sindicato da Habitação (Secovi Rio), concorda com Matos:

– Nas vendas, trabalhamos com um percentual considerado de acomodação. Acho que a valorização será menor do que os 15% desse ano (2013).

É o que também acredita Eduardo Zylberstajn, coordenador do Índice FipeZap, que calcula o valor do metro quadrado para venda e aluguel em 16 cidades brasileiras:

– Não devemos ter preços diminuindo num horizonte próximo. Pela minha leitura, a gente deve ter um ritmo de aumento cada vez menor.

Fonte: Jornal Extra – 05/01/2014