self storage

Quando recebia visitas em sua casa, a fonoaudióloga Claudia Wrobel sempre encarava um problema: arrumar a sala, constantemente cheia de malas, roupas de frio e outras coisas sem lugar definido. Durante muito tempo, ela simplesmente botava tudo no hall, e levava de volta depois. O problema terminou há sete meses, quando Claudia passou a utilizar um serviço de self storage. A ideia é simples: pessoas físicas ou empresas que enfrentam a falta de espaço podem alugar um box e deixar lá o que quiserem.

O preço varia de acordo com o tamanho do box, que pode ser uma pequena caixa ou se assemelhar a um verdadeiro cômodo. Os contratos, geralmente, são mensais, e há a possibilidade de fazer um seguro.

– Comecei a guardar muita coisa, virou uma extensão da minha casa – explica Claudia, que alugou um box de 4m², ao custo de R$ 460 por mês.

Muito popular em alguns países do exterior, o serviço ainda dá os primeiros passos no Brasil.

– O grande desafio do setor é mostrar para as pessoas que ele existe, e como elas podem tirar proveito em termos de conforto e economia – explica Rafael Cohen, que criou a Smartbox Brasil em 2009 e tem unidades em Ramos e São Cristóvão.

O tamanho dos imóveis é uma das principais razões para utilizar o self storage. É o caso do perito judicial Octavio Rezende Filho.

– Moro em um ótimo apartamento, mas é pequeno. Em vez de me mudar, resolvi recorrer ao serviço – conta ele, que utiliza um box de 6m², por R$ 370 mensais. Lá, guarda livros, discos de vinil, uma bicicleta e até pranchas de surfe.

Para Rodolfo Delgado, CEO da Guarde Perto, o setor está em expansão. Sua empresa, criada em 2013, tem três unidades (Botafogo, Centro e São Cristóvão) e vai inaugurar outra na Barra da Tijuca, em julho. A expectativa é chegar a dez até o final de 2017. A praticidade do serviço é apontada como uma das principais vantagens.

– O contrato sai na hora, sem fiador, sem taxa, sem burocracia – elogia Rodolfo.

No Brasil, há cerca de 150 empresas de self storage, sendo aproximadamente 60% em São Paulo. Já nos Estados Unidos, são 51.500 unidades. Para Allan Paiotti, CEO do GuardeAqui – com 12 unidades pelo país, incluindo uma no Maracanã, desde 2004 – isso indica que ainda há espaço para crescer.

– Nos Estados Unidos, o setor apresenta taxas de retorno sobre o valor investido superiores às de shoppings, condomínios empresariais e centros comerciais. É uma área com enorme potencial para avançar no Brasil e atrair grandes empresas que hoje estão focadas em outros segmentos do mercado imobiliário – aposta Allan.

Fonte: Jornal Extra – 05/06/2016