A rede hoteleira de todo estado está em expansão. Somente na capital fluminense o crescimento, até 2016, será de 68% na quantidade de quartos. Atualmente são 22 mil em operação, mas este número vai saltar para 37 mil.

Em todo estado, 19 novos empreendimentos serão inaugurados. Grande parte que está em construção será comercializada por cotas, que passa a ser boa opção de investimento. Cada uma custa a partir de R$ 99 mil, a exemplo do Hotel Ramada Copa 5, que fica na Rua Barata Ribeiro e será entregue em 2015.

O modelo por cotas é novo no Brasil, mas vem ganhando fôlego nos últimos 12 meses. O valor da fração dependerá do porte do negócio, mas o rendimento médio é de 0,85% em cima do lucro líquido do hotel (não apenas do quarto). Ou seja, depois que a administradora paga todas as despesas, o resultado é dividido entre os investidores.

A corretora imobiliária Mônica Mendonça explica que há no mercado carioca, hoje, cerca de seis mil cotas disponíveis. Segundo ela, os hotéis entregues de 2012 para trás foram negociados com grandes grupos.

Agora o pequeno investidor passa a ter acesso à fração, ao sistema de cotas”, disse. Mônica ressalta que o comprador se torna acionista, mas sem ter participação direta na administração do negócio. Assim, fica isento das questões trabalhistas, por exemplo. Porém, em caso de falência, são responsabilizados por serem proprietários dos apartamentos, ainda que de forma fragmentada. “O Imposto de Renda é tributado sobre a fração adquirida, e não sobre o valor do quarto”, explicou.

Ela reforça que o investimento é promissor, e que o principal risco de prejuízo para o cotista só existe se a taxa de ocupação for inferior a 35%. “A média no Rio é superior a 60%”, disse. As cotas mais caras que Mônica vende custam R$ 300 mil.

Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio, Alfredo Lopes tem ressalvas quanto às cotas. Para ele, o investimento se garante enquanto houver agenda para os próximos anos. Segundo ele, 40% dos 300 hotéis que operam estão em expansão. Menos empolgado, Lopes faz uma pergunta: “Depois das Olimpíadas o que será feito para movimentar o segmento hoteleiro?”.

 Subúrbio também terá empreendimentos que vão resultar em dividendos 

Não é somente próximo à praia que os empreendimentos estão surgindo. A construtora Galwan, parceira da rede Accor, lança este ano dois hotéis na expansão do Shopping Nova América, em Del Castilho, Zona Norte.

Diretor-presidente da companhia, José Luís Galvêas Loureiro afirma que a empresa espera entregar mensalmente aos cotistas 1,04% do valor investido, fora a valorização do imóvel.

“Apostamos no Nova América por conta do acesso ao metrô, da Rua do Rio, que fica aberta até as 2h, e também em função das empresas que estão na região de Del Castilho”, disse.

Em 2012 três hotéis da rede Ibis no Rio distribuíram R$ 24,4 milhões entre os cotistas. Os números de 2013 ainda não foram calculados, mas a previsão é de que sejam repassados mais de R$ 36 milhões. Gestor de ativos da construtora, Carlos Bugarim prevê a distribuição de R$ 2,562 milhões somente neste mês de janeiro.

No primeiro semestre deste ano ficam prontos mais três hotéis na Barra: um Novotel na Avenida Lúcio Costa; e um Ibis e um Novotel, na Avenida Abelardo Bueno. O próximo lançamento será em Copacabana. O primeiro empreendimento da companhia no Rio foi em 2007. Estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), encomendado pelo Ministério do Turismo, prevê 413 mil turistas estrangeiros e 840 mil brasileiros no município do Rio para a Copa.

Segundo a Rio Negócios, operam na capital, entre outras redes: Accor, Marriott, Best Western, Windsor, Rede Atlântico, BHG, Hyatt, Hilton, Wyndham, Vila Galé, Emiliano, InterCity,Allia Hotels, GJP e Ramada.

 Arpoador ganhará duas torres

Quem tiver R$ 200 mil em mãos pode investir em uma cota do Best Western Plus Arpoador, empreendimento que será entregue em 2015 e que oferece rendimentos médios de 0,79% ao mês. Serão duas torres na praia da Zona Sul e a aquisição da fração pode ser parcelada, explica a corretora Elma Giovanelli.

Ela afirma que o público-alvo da rede é o investidor interessado em diversificar o capital. “Embora o modelo de negócios não seja bem conhecido, está tendo boa aceitação e rende tanto quanto qualquer outra aplicação”, diz, acrescentando que caso o comprador queira dividir a aquisição, o custo será calculado em cima do Índice Nacional da Construção Civil (INCC).

De acordo com a Rio Negócios, serão investidos R$ 4 bilhões no setor hoteleiro nos próximos anos, abrindo 14 mil empregos diretos e 41 mil indiretos. O Estado do Rio vai receber 19 novos empreendimentos. A rede Blue Tree erguerá hotel na capital, um em Macaé e outro em Búzios. A Windsor constrói na Barra e inaugurou um em Botafogo.

Fonte: Jornal O Dia – 10/01/2014