A prefeitura anunciou que as 15 vilas olímpicas que estão fechadas vão voltar a receber alunos e atletas no fim de maio. Outras seis que funcionam hoje com capacidade reduzida também devem ganhar mais fôlego. Atualmente, há apenas duas em plena atividade. A subsecretária municipal de Esportes, Patrícia Amorim, informou que o fim do processo licitatório para a escolha de novas organizações sociais (OSs) e a reabertura dos espaços devem ocorrer em 40 dias.

O município do Rio conta com 23 vilas – a prefeitura incluiu, no início deste ano, o Centro Esportivo Waldir Pereira (Didi) na lista. A licitação em curso definirá as organizações responsáveis pela administração de 21 delas. A vila da Ilha do Governador e a da Maré não entraram no processo porque, de acordo com o órgão, os contratos com as atuais gestoras só se encerrarão no fim do ano.

– Nós conseguimos reabrir algumas vilas nos últimos meses com os próprios profissionais de educação física da rede, mas elas estão funcionando com uma capacidade abaixo do possível. As vilas do Mato Alto, de Campo Grande, de Acari, de Santa Cruz, da Gamboa e da Mangueira, além as da Ilha e Maré, que não fecharam, estão funcionando. A de Santa Cruz, por exemplo, está em atividade com 17 professores – afirma a subsecretária. – Eu tenho trabalhado bastante para abreviar (o prazo para a reabertura). Certamente, será no mês de maio.

A retomada se dará em um quadro de corte de despesas. No início do ano, o prefeito Marcelo Crivella determinou que secretários e dirigentes da administração indireta avaliassem a necessidade de manutenção de contratos e convênios. Foi fixada, na ocasião, uma meta de redução global de 25% dos valores dos contratos.

– A gente quebrou a cabeça, não é simples. Tentamos cortar mais em serviços, e não em pessoal. Essa retomada das vilas será feita com muito cuidado. Estamos subordinados à Secretaria de Educação, Esportes e Lazer, então, existe um viés pedagógico. Há um propósito de fazer uma interação muito maior entre as duas áreas. É uma chance de o esporte ter um parceiro poderoso, que é a educação – comenta Patrícia.

A redução na verba, entretanto, não afetará o funcionamento das unidades, garante a subsecretaria.

– Otimizamos recursos para não ter impacto grande na população – afirma Rogério Pimenta, gestor da Subsecretaria de Esportes.

AUMENTO NA PROCURA

Além de arenas e obras de infraestrutura, a Olimpíada do Rio deixou como legado o aumento da procura pelas atividades nesses equipamentos esportivos. Em outubro do ano passado, a prefeitura anunciou que algumas vilas olímpicas, como as da Mangueira, da Gamboa, de Honório Gurgel e de Campo Grande, registraram crescimento médio de 30% nas matrículas.

A Vila Olímpica Nilton Santos, na Ilha do Governador, foi a que mais cresceu, com 33% de aumento na procura. Na unidade, em outubro, havia fila de espera para diversas modalidades.

Apesar da interrupção das atividades em algumas vilas, Rogério diz que o legado olímpico não será perdido:

– O histórico das vilas olímpicas já foi consolidado.

Fonte: O Globo – 17/04/2017