Os tradicionais bairros da Zona Sul do Rio de Janeiro continuam valorizados como, por exemplo, o Leblon, metro quadrado mais caro da cidade, mas não existem ofertas disponíveis.

Isso levou a expansão para três regiões cariocas com viés de crescimento e de valorização: zonas Norte, Oeste e Centro,com destaque para o entorno da Avenida Suburbana, na Zona Norte; a Barra da Tijuca e bairros vizinhos, na Zona Oeste; e o Porto Maravilha, no Centro e adjacências, como Gamboa e São Cristóvão.

Fora do mercado carioca, o destaque vai para Macaé, município do Rio de Janeiro responsável por 80% do petróleo produzido no Brasil, que registra grande déficit habitacional em função do intenso movimento de contratações feitas por empresas nacionais e estrangeiras que operam na área de petróleo e gás.

Todas as regiões mais maduras, como a Av. Suburbana, próxima ao Norte Shopping, experimentam lucratividade expressiva depois da instalação das Unidades de Politica Pacificadora (UPPs) e com a melhoria de infraestrutura de transpor te público.

“A expectativa de valorização aumentou o investimento em imóveis na região”, avalia Mario Amorim, diretor-geral da Brasil Brokers no Rio de Janeiro, empresa que atua em 16 estados mais o Distrito Federal.

De acordo com ele, a Zona Norte ficou muito tempo sem receber investimentos tanto do poder público quanto da iniciativa privada. Agora, com as mudanças no modelo de transporte, construção de corredores expressos (BRTs) e investimentos na integração, a tendência é a valorização ainda maior de imóveis na região . O Centro não fica atrás e encontrou seu lugar de crescimento com o Porto Maravilha, região até pouco tempo bastante degradada, que passa por reformulação e modernização geral. As obras do poder público chegaram e estão mudando o cenário. “A expectativa é de valorização e os preços ainda estão convidativos.

Quem investir em Imóvel na planta vai ter expressiva valorização dentro de dois ou três anos”, sustenta Amorim. Pela sua análise, os eventos Olímpicos e a chegada dos corredores expressos BRTs valorizaram sobremaneira a Zona Oeste, especialmente a Barra da Tijuca e bairros vizinhos como Recreio dos Bandeirantes, Jacarepaguá, Vargem Grande e Vargem Pequena, entre outros.

Um dos motivos para tanto interesse atende pelo nome de Centro Metropolitano, que ganha vida na Avenida Abelardo Bueno com construções de prédios residenciais e comerciais, shoppings e hotels. “Os condomínios tipo clube da Barra têm grande atratividade. As pessoas fazem upgrade de moradia dentro da própria região “, explica o diretor geral da Brasil Brokers.

DE OLHO NO FUTURO

 Apostando no crescimento da rota do petróleo em Macaé, a construtora Calper iniciou as obras do Nexus Hotel & Residences, complexo de uso misto inédito na cidade. Localizado estrategicamente, próximo ao Parque de Tubos da Petrobraa, o empreendimento terá cinco torres, sendo uma de hotel e quatro de apart-hotéls, além de 27 lojas.

O Nexus Hotel & Residences surge como uma ótima oportunidade para Investidores que buscam um negócio com alta rentabilidade.

A taxa de retorno pode tiltrapassar 1% ao mês, em uma região em franco crescimento petrolífero. “0 Nexus Hotel 8z Residences será o primeiro empreendimento planejado de Macaé, que será o mais Importante ponto de conexão da Capital Nacional do Petróleo com o Brasil”, afirma Ricardo Ranauro, diretor-presidente da Calper.

Com VGV de aproximadamente R$ 385 milhões, o empreendimento já teve 70% de suas 1.828 unidades vendidas. Carolina Voz está apostando no crescimento da região e comprou uma unidade do Nexus, “Já estava pensando em investir em imóveis como uma opção de complementar a aposentadoria. Depois de conhecer o projeto e pesquisar o potencial de crescimento da região, vi que era uma boa oportunidade”, explica Carolina, que ainda incentivou a sogra, o marido e um amigo a também investir no empreendimento.

Aposta na Revitalização 

 O economista Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES, está convencido que apostar em imóveis nas áreas degradadas é um bom negócio tanto para o investidor quanta para a revitalização da cidade.

Apaixonado pelo Rio, Lassa, há mais de uma década, vem restaurando prédios no Centro e na Zona Sul da cidade. “A combinação da estratégia de conservar os imóveis da família e aplicar o dinheiro convenientemente deu certo. Produziu tuna valorização muito boa”, diz. Por conta dessa estratégia, ele já recuperou um prédio na Rua do Rosário, no Centro, onde funciona um restaurante, um sobrado na Rua Pedro Américo, no Catete, Zona Sul, que abriga o complexo cultural e gastronômico Casarão Ameno Resedá, e duas casas de vila na praia do Flamengo.

Lessa vai mais longe: quando se recupera a volumetria de um imóvel, ou seja, o formato que tinha ao ser construido, os proprietários dos demais prédios trilham o mesmo caminho e mudam a ambiência do local.

Cria-se espaço arquitetônico organizado e integrado dos imóveis vizinhos. Ele cita como exemplo a sua iniciativa de reconstituir o sobrado da Rua do Rosário.

“Logo depois outros prédios da mesma rua e da adjacência foram recuperados formando um polo gastronômico concorridísshno que abrange as ruas do Ouvidor e do Mercado e a Praça XV. Produzimos ali uma economia de aglomeração com bons bares e restaurantes, revitalizando a região “, afirma o economista. “Trocar um imóvel morto por um vivo dá bom resultado financeiro. Qualquer pessoa que fizer isso vai ganhar muito dinheiro”, garante Carlos Lessa. Para tanto, ele afirma que é preciso ter muita paciência, pois quase sempre a papelada do imóvel antigo está enrolada, acumula dívida com impostos e concessionárias de serviços públicos. “0 custo financeiro é alto, mas vale muito a pena, conclui.

Ele dá a dica para quem tem dinheiro e quer investir em áreas degradadas: “Os imóveis da Praça Tiradentes e da rua da Carioca ainda têm preços acessíveis e revitalizados vão valorizar multo”.

Fonte: Jornal O Globo – 28/11/2013