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Acolhido pelos cariocas desde o dia em que abriu as portas, em 17 de dezembro, o Museu do Amanhã, na Praça Mauá, ganhou também reconhecimento internacional. A instituição recebeu ontem, em Londres, na Inglaterra, o prêmio Leading Culture Destinations Awards. Foi eleita o melhor museu novo do ano nas Américas do Sul e Central.

O prêmio, considerado o “Oscar dos museus”, reconhece instituições e cidades que deram “contribuição exemplar” à cultura internacional no ano, destacando tanto destinos novos quanto os já estabelecidos, e é concedido pela Leading Culture Destinations, organização criada para fomentar o turismo cultural.

A cerimônia foi realizada no luxuoso Langham Hotel, durante um jantar no Grande Salão. Diretor-geral do Museu do Amanhã, Ricardo Piquet foi quem recebeu o prêmio. O museu também ficou entre os finalistas na categoria de melhor arquitetura (o projeto é do espanhol Santiago Calatrava). Mas acabou levando o prêmio pelo conjunto da obra, como ressaltou Piquet.

– É importante saber que temos um reconhecimento desta natureza, mais ainda porque é pelo conjunto da obra, não por apenas um fator – disse. E acrescentou: – Acho que contribuíram para este reconhecimento o conteúdo, a arquitetura e também a revitalização de toda a orla do Centro do Rio, incluindo a Praça Mauá.

JÚRI DE NOTÁVEIS ESCOLHE VENCEDORES

Fundador da Leading Culture Destinations, Florian Wupperfeld explicou que 150 formadores de opinião de indústrias culturais – como as de arquitetura, moda, música e propaganda e marketing – são convidados a indicar seus lugares culturais favoritos no mundo. A partir de uma lista ampla, um seleto grupo de 11 jurados escolhe os vencedores.

Wupperfeld não conhece pessoalmente o Museu do Amanhã, mas disse que acompanhou o sucesso da instituição durante a Olimpíada. Afirmou ainda que o evento foi importante para divulgar a imagem do museu no mundo.

Além dos melhores museus por região, cidade cultural e exposição, há outras categorias premiadas. Entre as menos usuais, estão as de melhor restaurante e loja de museu.

De acordo com Wupperfeld, museus não são mais somente pontos de “peregrinagem cultural”:

– Eles não são mais lugares apenas para artes, mas para concertos, para comer bem e até comprar presentes de Natal. Sua função social está mudando.

Piquet lembrou que o Museu do Amanhã recebeu mais de um milhão de visitantes em apenas nove meses, além de ter mais de 90% de aprovação do público. Para ele, a experiência do visitante pode contribuir para a inclusão de outras instituições do gênero na programação dos cariocas. Segundo o diretor, em pesquisas, 12% das pessoas declararam nunca ter ido a museus antes e 21% afirmaram não ir a um há pelo menos dois anos.

– Nossos visitantes passam a entender que podem visitar outros museus, que esses equipamentos não são coisas para um público específico, mas para todos. O índice de aprovação que tivemos nas pesquisas, cerca de 90%, também é algo que nos orgulha e mostra que estamos no caminho certo – disse.

VISITAÇÃO SUPEROU EXPECTATIVA

Também vibrando pelo primeiro prêmio internacional conquistado pelo Museu do Amanhã, o secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, Hugo Barreto, destacou o número de visitas que a instituição vem recebendo desde a inauguração. Ele acredita que o sucesso de público também conquistou o júri: a união entre arquitetura, conteúdo e experiência do visitante.

– Nosso planejamento inicial era atingir 500 mil visitantes em um ano. Mas já durante durante a Olimpíada, ou seja, cerca de sete meses após a inauguração, alcançamos um milhão de visitas – lembrou.

Barreto afirmou que as pesquisas feitas com o público mostram que não só o júri se impressionou com a vivência no museu. De acordo com ele, 61% dos visitantes declararam que a ida à instituição provoca uma mudança de atitude em relação à temática da sustentabilidade do planeta.

– Esse foi o dado que mais me surpreendeu na pesquisa. Mesmo conhecendo bem, como conheço, a narrativa elaborada para o conteúdo e apostando na capacidade de engajar o público, não imaginava um índice tão alto. É muito impactante e muito gratificante.

O Museu do Amanhã é uma iniciativa da prefeitura do Rio, em parceria com o Banco Santander e a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo.

Fonte: Jornal O Globo – 01/10/2016