O Museu de Arte do Rio conquistou a primeira certificação internacional Leed na América Latina para museus. O espaço cultural recebeu neste primeiro semestre o selo da categoria “Silver”, o qual é concedido pela Green Building Council, organização mundial que reconhece práticas sustentáveis. O empreendimento é composto por dois edifícios, sendo um a Escola do Olhar, num estilo mais modernista, e o outro o palacete Dom João VI, construído na primeira metade do século XX. Ambos são ligados por um teto em formato de onda, uma das marcas da arquitetura nacional atual.

Entre as técnicas para deixar o prédio sustentável, há uma cisterna que armazena a água da chuva e depois é usada nos vasos sanitários dos dois prédios, e foram instalados vidros especiais com uma película que reduz a incidência de luz e calor – dando conforto térmico no interior, mas sem dispensar a iluminação natural. Também foram usados tijolos reciclados, madeira certificada e outros materiais reaproveitados, além das sobras, como o aço, terem sido enviadas para pontos de reciclagem na cidade.

A coordenadora de projetos e obras da Fundação Roberto Marinho, Claudia Coutinho, explica que o conceito de sustentabilidade foi empregado ao projeto desde a sua concepção e que o principal desafio foi o retrofit realizado no palacete.

– A Fundação já tem este conceito sustentável, e a decisão foi de agregar a sustentabilidade aos museus. No caso do MAR, começamos as obras pelo restauro do palacete que é mais antigo, que é um pouco mais difícil já que as mudanças esbarram em algumas questões técnicas mesmo, pois não há como mexer na estrutura em si. Mas usamos, por exemplo, materiais menos agressivos ao meio ambiente – afirma Claudia, que completa:

– O teto é um elemento muito marcante na arquitetura que liga os dois prédios. Ele contribuiu também para redução da incidência solar pois cobre os dois. Tem outros elementos que contribuem para isso.

Para a coordenadora, a maior dificuldade para se conseguir o resultado sustentável é que, segundo ela, durante as obras que ocorreram em 2010, o assunto ainda não era amplamente conhecido.

– A maior dificuldade na obra foi que na época não havia esta cultura de onde encontrar ou depositar materiais reciclados, tanto por parte dos fornecedores como de quem estava envolvido na obra. Hoje as pessoas já sabem o que é um prédio verde, inclusive valorizam o que é sustentável.

Outras duas iniciativas concebidas pela Fundação Roberto Marinho – o Museu do Amanhã e o Museu da Imagem e do Som – também investem na obtenção do selo.

 

Fonte: O Globo online, Morar Bem – 09/07/2014