O Brasil teve 196.292 unidades lançadas no ano passado, totalizando um valor de vendas de R$ 90 bilhões, um crescimento de 13% em relação ao ano passado. Desses imóveis, 79% são apartamentos com o metro quadrado médio a R$ 5.560, valor 9% superior ao registrado pela mesma pesquisa em 2012: R$ 5.110. No período, a inflação medida pelo IPCA ficou em 5,91%. Os dados estão no Anuário do Mercado Imobiliário lançado nesta terça-feira pela Lopes, que inclui informações de 134 municípios e contempla 91% do mercado nacional.

— Vivemos 20 anos em cinco por conta de uma demanda represada. Agora, estamos num cenário de normalidade. Acho que o número de unidades deve crescer 5% esse ano. As vendas talvez aconteçam de forma mais lenta, mas o normal é que os lançamentos sejam vendidos ao longo dos dois anos de obras mesmo, sem aquela euforia dos últimos anos — avalia Fábio Pacheco, diretor da Lopes Rio.

São Paulo, Rio e suas regiões metropolitanas concentraram 51% do total de lançamentos. Um sinal claro de que, apesar dos altos preços cobrados nas duas principais capitais do país e do ritmo mais lento das vendas, o mercado mantém o otimismo.

São Paulo e sua região metropolitana concentraram o maior número de lançamentos: 68.749 unidades. Em seguida, vem o Rio e sua região metropolitana que tiveram 28.571 unidades lançadas; e o interior paulista, com 26.855 lançamentos. No Rio, o número de unidades caiu em relação ao ano passado, quando os lançamentos chegaram a 29.160. Mas em relação ao valor de vendas houve crescimento de 16%: R$ 12,9 bilhões em 2013, contra R$ 11,1 bilhões.

No quesito preços, São Paulo foi o que teve o valor médio mais alto do metro quadrado lançado: R$ 8.470, seguido por Niterói (R$ 7.380), Santana de Parnaíba (R$ 6.740), Recife (R$ 6.600), Campinas (R$ 6.430) e, finalmente, o Rio (R$ 6.360). O valor baixo, se comparado ao preço médio do metro quadrado de imóveis anunciados no Rio, que chegou a R$ 10.538 em abril, segundo o índice FipeZap, tem uma explicação. Os lançamentos na cidade concentraram-se em regiões em que os imóveis tem preços mais baixos, como as zonas Norte e Oeste:

— Nos anos anteriores, ainda tivemos alguns lançamentos na Zona Sul, o que joga para cima os preços. Como em 2013, os lançamentos estavam mais concentrados na região do Grande Méier e no Recreio, os preços caíram um pouco — explica Pacheco.

Fonte: Jornal O Globo – 07/05/2014