O edifício número 12 da Avenida Rio Branco será o próximo na região central da cidade a passar por retrofit. Já sendo chamado de Rio Branco 12, ou RB12, o prédio que abrigava escritórios e pequenas empresas foi comprado por uma empresa francesa e após a reforma terá lajes corporativas de 147 metros quadrados para receber companhias de médio porte nacionais ou estrangeiras.

Mas a mudança vai muito além da função. Com as obras, o prédio passará a obedecer critérios de sustentabilidade com redução do consumo de água e energia.

Visualmente, a principal diferença estará na fachada. Bioclimática, ela terá vidros duplos, que melhoram o isolamento térmico e acústico. A colocação seguirá um zigue-zague que também servirá para melhorar a entrada da luz natural e do sol. o que será ainda mais controlado pelo uso de brises. Além disso, plantas em alguns andares formarão um verdadeiro jardim suspenso que também ajudarão a limitar o impacto do sol no prédio.

Modernização Necessária

– Por não ter mais tantos espaços disponíveis para construção, o Centro do Rio precisa passar por um processo de modernização. As grandes empresas buscam espaços modernos e sustentá¬veis. O nosso objetivo é transformar o edifício já existente em um edifício de alto padrão – explica o empresário Marc Celariés. presidente da Natekko, empresa francesa que toca o empreendimento em parceria com a MMC Investimentos e é especialista em construção sustentável.

O projeto de arquitetura é do escritório franco-brasileiro Triptyque e além do aproveitamento da luz natural propiciado pela nova fachada, inclui a geração de energia própria, a ser feita de duas formas: através da captação da energia solar, por painéis fotovoltaicos, e do uso de pilhas de combustível que usam o hidrogênio para transformar o gás de rua em eletricidade, o que sai mais barato do que usar a rede elétrica da cidade.

A escolha do prédio pela Natekko não foi à toa. Afinal, ele fica pertinho do Porto Maravilha, que vem atraindo olhares internacionais, como do francês Celariés fundador da empresa.

– Comparo o Rio atual com a Paris de 20 anos. Paris passou por um processo de retrofit e conseguiu preservar a arquitetura antiga com prédios modernos e luxuosos. O Rio pode e precisa passar por uma transformação semelhante. para atender a uma nova demanda de empresas mais modernas e sustentáveis – conclui Marc.

Fonte: Jornal O Globo – 09/03/2014