A feira de imóveis Florida Home Show, em São Paulo, recebeu quatro mil visitantes entre os dias 29 e 30 de novembro e movimentou mais de R$ 350 milhões, entre compras e reservas de propriedades de US$ 180 mil a US$ 20 milhões. O presidente da RE/MAX Brasil (organizadora do evento), Renato Teixeira, destaca que o imposto imobiliário na região custa em média 2% do valor da propriedade. Já o financiamento é feito por instituições dos Estados Unidos com taxas de juros de 4% a 5% ao ano.

O empresário mineiro Eustáquio Lopes Júnior, de 31 anos, veio a São Paulo para participar da feira e tirar dúvidas sobre formas de pagamento. Segundo ele, mesmo com a recente alta do dólar, valeu a pena fechar negócio: “Os americanos têm um jeito de aguçar o consumo. Achei interessante me oferecerem um adicional para que a casa venha mobiliada”, comenta.

A casa comprada por Lopes Júnior será construída em condomínio planejado para brasileiros, com funcionários fluentes em português. De acordo com pesquisa da associação de corretores de imóveis da Flórida, brasileiros estão em terceiro lugar entre os maiores compradores estrangeiros. A pesquisa foi realizada entre junho de 2013 e junho deste ano.

A Lello Imóveis, que também negocia propriedades no exterior, vendeu 30% mais imóveis na Flórida em 2014, em comparação com o ano passado. No dia 9 de dezembro, a empresa organiza mais um evento para apresentação de novo condomínio em Orlando, na Rua Inhambú, 339, em Moema, das 10 às 19 horas. O consultor internacional da Lello, Demétrio Alkessuani, afirma que investidores representam 90% da clientela em Miami; os outros 10% compram casas para uso pessoal e eventuais aluguéis.

O empresário carioca Pedro Garcia, de 27 anos, está entre essa minoria. Em outubro, ele adquiriu seu segundo imóvel no ano em Miami. “Na Flórida, o mercado imobiliário é dez vezes melhor. Aqui [no Brasil] os preços são exorbitantes”. Além de usar o apartamento em South Beach para passar férias, Garcia aluga a propriedade por cerca de US$ 250 dólares por dia para conhecidos e via sites como o Airbnb.

O professor titular de Real State da Escola Politécnica da USP João da Rocha Lima Junior explica que o preço dos imóveis não é mais tão vantajoso quanto há alguns anos. Para ele, em certas áreas de Orlando os preços ainda são atrativos, mas em Miami o cenário muda. “Hoje há vários empreendimentos novos em Miami. Se há pessoas interessadas em empreender, os preços não estão tão baixos”. Em contrapartida, apartamentos comprados agora dificilmente vão sofrer uma desvalorização no médio prazo.

Quem quer comprar um imóvel para alugar deve avaliar com calma. O professor alerta que a rentabilidade é baixa e fica em torno de 3% e 4% ao ano, depois das despesas. O processo burocrático é outro fator que precisa ser levado em conta, já que o comprador precisa abrir uma empresa para investir. “Recomenda-se que a o comprador tenha cadastro de Pessoa Jurídica. É mais complicado do que no Brasil”, diz.

 

Fonte: O Estado de São Paulo – 04/12/2014