Em mais uma iniciativa para melhorar o relacionamento com o setor privado, o ministro Guido Mantega (Fazenda) agendou para esta quarta-feira (17) reunião com o setor da construção civil, quando pode ser anunciada o aumento da meta de habitações da segunda etapa do programa Minha Casa, Minha Vida.

Segundo a Folha apurou, o governo vai analisar atender pedido do setor de elevar em 350 mil as unidades do programa, que passaria de 2,75 milhões de unidades para 3,1 milhões.

A decisão será tomada na reunião de hoje no Ministério da Fazenda, com o presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil), José Carlos Martins.

O empresariado da construção civil já vinha reivindicando o aumento da meta desde meados deste ano para evitar que o setor passe por um momento de paralisação, depois de contratadas todas as obras para execução das 2,750 milhões de unidades da segunda etapa.

Empreiteiras alertaram, inclusive, que, sem o aumento da meta, há risco de demissões no setor, já que as empresas não teriam condições de planejar novos projetos a partir do final deste ano e início do próximo ano.

Até agosto, já haviam sido contratadas mais de 2,5 milhões unidades. Ou seja, o setor está próximo de cumprir toda meta da segunda etapa.

Seguindo orientação do Palácio do Planalto, a equipe econômica passou a atender pedidos do setor privado na busca de reconquistar seu apoio para a presidente Dilma Rousseff.

Na segunda-feira (15), Mantega reuniu empresários de multinacionais brasileiras e anunciou a extensão da redução da cobrança de Imposto de Renda sobre lucros no exterior para toda indústria. Na prática, a alíquota do IR caiu de 34% para 25%.

Na semana passada, o ministro já havia divulgado a volta da alíquota de 3% para o programa de estímulo a exportações, o Reintegra, em 2015. Este mecanismo devolve um percentual das vendas externas aos exportadores para dar mais competitividade à indústria brasileira.

A decisão de iniciar um processo de distribuir bondades para o setor privado tem como objetivo tentar evitar que o empresariado passe a apoiar a candidata do PSB, Marina Silva, nesta reta final da eleição.

A principal adversária da presidente Dilma Rousseff aparece na frente da petista nas pesquisas de simulação do segundo turno, o que tem preocupado a cúpula da campanha dilmista.

 

Fonte: Folha de São Paulo – 17/09/2014