Aos poucos, a Sala Cecília Meireles, na Lapa, começa a ser devolvida aos cariocas. Nesta terça-feira, quem passou em frente pôde ver, pela primeira vez em dois anos, a fachada da casa. Fechada para reformas há três anos e meio, a sala está com inauguração prevista para meados de novembro. A cor rosa do prédio deu lugar a um amarelo suave. Essa era a cor original da edificação, quando foi erguida, no século XIX. A maior modificação, porém, foi no frontão.

– Abrimos o frontão da fachada, que antes era coberto por pequenos azulejos foscos. Agora, a luz vai entrar no hall. Vai se tornar um espaço mais convidativo – conta o diretor da sala, João Guilherme Ripper.

PRÉDIO FOI HOTEL E CINEMA

Ele afirma que não foi modificada apenas a fachada. Segundo o diretor, o interior foi completamente alterado, com banheiros mais acessíveis – eles agora ficam no primeiro andar e não no subsolo.

Foi um trabalho delicado, afirma Ripper. Antes de se tornar uma sala de música, em 1965, o prédio abrigou um hotel e um cinema. Nesse período, passou por obras, sem vistoria. O resultado foi que, no meio do restauro da fachada, foram encontradas estruturas do antigo hotel.

– Encontramos grandes blocos de pedra entre as duas paredes da fachada. Precisamos ter um cuidado extremo, pois um erro poderia derrubar toda a fachada – diz Ripper.

Quando a sala for reinaugurada, a ideia é deixar o hall aberto à circulação das pessoas. Antes, ele era um espaço restrito àqueles com ingresso para os concertos. No segundo andar funcionará um restaurante, o que deverá atrair uma clientela fora do horário das apresentações. A licitação para administrar o espaço ainda não foi publicada.

– A sala ficará aberta independentemente de termos concertos acontecendo naquele momento ou não.

O coordenador-geral das obras, Paulo César Fernandes, da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop), afirma que o trabalho na sala se encontra em fase final. A expectativa é entregar o espaço até 18 de novembro. Ele ressalta, porém, que precisarão ser feitos testes acústicos.

 

Fonte: O Globo – 10/09/2014