O crédito habitacional foi a principal modalidade de financiamentos concedido às pessoas físicas, em agosto, atingindo R$ 314,9 bilhões. Isso representa 26,5% do montante total, segundo pesquisa realizada pelo Serasa Experian, com base nos dados do Banco Central. O estudo leva em consideração tanto recursos livres quanto direcionados. Esta é a primeira vez, desde março de 2011, quando o balanço começou a ser feito, que o crédito imobiliário ultrapassa o empréstimo pessoal (26,2%) e o financiamento de veículos (17,2%), que em valores representam R$ 311,5 bi e R$ 204,2 bi, respectivamente.

Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, atribui tal resultado ao cenário favorável para quem quer comprar um imóvel:

— As taxas de juros do crédito imobiliário são mais baixas, a taxa de inadimplência também está baixa, e há ainda uma demanda reprimida para a aquisição de casas. E, no caso de não pagamento, o banco pode retomar o imóvel, o que lhe dá garantias no empréstimo. Isso sem contar com o aumento de limite do uso do FGTS nos últimos anos. Estes fatores vem turbinando os financiamentos desde 2011 — afirma ele, que completa: — A tendência é ter um crédito imobiliário maior e crescendo acima das outras carteiras.

O balanço do Banco Central considera tanto pessoas físicas quanto jurídicas, e o valor total dos financiamentos imobiliários somam R$ 365 bilhões, o que significa um aumento 2,9% em relação a julho. Com isso, a modalidade passa a representar 7,8% do PIB. No mesmo período do ano passado, era 6,3%.

Embora o processo para adquirir um imóvel está mais acessível, isso não significa dizer que está mais fácil ter um, pois os preços continuam altos.

— O processo de financiamento é que está mais fácil e eficiente. Em relação ao preços, eles estão mais aquecidos porque você coloca mais gente no mercado com poder de compra e, com isso, a demanda fica maior que a oferta, o que resulta em aumento de preços — explica o vice-presidente do Secovi-Rio, Leonardo Schneider.

Segundo ele, o crédito imobiliário deve crescer e se consolidar como alternativa.

Fonte: Jornal O Globo – 01/10/2013