Com 77% da estrutura do Museu do Amanhã pronta, já é possível notar, em meio aos andaimes, os traços inovadores do arquiteto espanhol Santiago Calatrava. O desenho, na concepção de seu autor, poderia lembrar um inseto, as folhas de uma vitória-régia ou de uma bromélia. Mas há quem enxergue nas formas alongadas semelhanças com um animal marinho. Ontem, Paes comparou o museu a ícones da arquitetura e da geografia do Rio, como os Arcos da Lapa, o Maracanã, o Pão de Açúcar e o Corcovado. Para ele, a obra tem tudo para se transformar em mais uma marca da cidade: – Isso aqui é um símbolo da revitalização da Zona Portuária. O Rio está de novo se encontrando com o Centro. Daqui se tem uma paisagem fantástica. Não tenho dúvida de que estamos fazendo um ícone da dimensão do Maracanã, dos Arcos da Lapa e até do Pão de Açúcar e do Corcovado. Segundo José Renato Ponte, presidente da concessionária Porto Novo, responsável pela obra, as duas peças gigantes da cobertura deverão consumir, cada uma, pelo menos dez dias de trabalho para instalação. Elas serão içadas pelos guindastes até o ponto onde serão soldadas ao resto da estrutura. Ali ficarão escoradas até que toda a cobertura esteja pronta. – Essas peças são chamadas de balanços. Mas, apesar do nome, não se movem. São apelidadas assim porque ficam presas ao museu apenas por uma de suas pontas. O corpo delas fica em vão livre – explicou. PISO EM GRANITO Depois da instalação das peças, os operários vão fazer o acabamento da entrada do museu, que receberá um piso em granito. Também serão instalados os vidros que protegerão as laterais e a frente do prédio. No subsolo, já foram colocados os sistemas de ar-condicionado e de filtragem da água da Baía de Guanabara, que será usada na refrigeração do prédio. Para José Ponte, o prazo pretendido pelo prefeito para inauguração “é apertado, mas possível”. Dentro do prédio também já começaram os trabalhos de instalação de parte da museografia do complexo cultural. Segundo o físico e doutor em cosmologia Luiz Alberto Oliveira, curador do museu, já foram instalados dois de um total de três grandes cubos de madeira e aço, com sete metros de altura, que serão usados nas exposições. Uma esfera em treliça de aço (com 12 metros de altura) também começará a ser montada nos próximos dias. O curador acredita que, em março, o museu poderá estar funcionando em esquema de soft opening.

 

Fonte: O Globo – 27/11/2014