É quase impossível não notá-la quando se sai da Barra da Tijuca em direção à Zona Sul. Construída ao longo dos anos 1980, a casa na encosta do Joá está no imaginário do carioca e desperta curiosidade. Pois a partir de setembro, ela poderá ser visitada. É que depois de seis anos na Pequena Cruzada, na Lagoa, a mostra Morar Mais vai para o casarão no início da Barra, de onde se tem toda a vista do quebra-mar do bairro.

– A Pequena Cruzada recebeu um pedido para sediar, temporariamente, o Colégio Pedro II, do Humaitá, durante sua reforma. Por uma causa nobre como esta, não vimos problema algum em mudar de endereço. E neste meio tempo ainda surgiu essa casa maravilhosa – conta Lígia Schuback, organizadora da mostra.

Com a mudança, a mostra deve crescer. Enquanto na Cruzada, ela ocupava cerca de 1.800 metros quadrados, na nova casa serão 2.950 m² de área construída, além de 1.100 m² de área externa. Serão 89 ambientes, sete a mais que no ano passado, assinados por 140 profissionais que terão uma missão e tanto, já que concorrer com a vista que se tem de praticamente todos os 65 cômodos não será fácil.

Projetada pelo arquiteto Thyago Aguiar Cardoso, a casa tira proveito do terreno íngreme e é totalmente voltada para o quebra-mar com varandas projetadas em vários ambientes. São quatro andares e mais dois na área externa, que tem uma piscina, também voltada para o mar, além de uma garagem náutica. É que além do acesso por terra, é possível chegar à casa também via mar, o que deve ser aproveitado pelos profissionais que vão decorar os ambientes externos, onde certamente haverá referências a esportes praticados ao ar livre como stand up paddle, surfe, frescobol.

Avaliada em R$ 9 milhões, a casa estava ocupada até pouco tempo pelos atuais proprietários – que preferem não ter seu nome divulgado. Foram eles que terminaram a construção da casa após ela ficar nove anos abandonada, depois da morte de seu proprietário original, no início dos anos 1990. Apesar de estar em boas condições, o imóvel precisa de uma renovação nas partes internas, o que deve ser garantido pela mostra, já que a maior parte dos revestimentos e acabamentos serão mantidos após o evento.

– Também vamos modernizar os 23 banheiros e três cozinhas da casa – conta Lígia.

Com isso, estima-se que a casa se valorize em até 20%. O objetivo do dono é alugá-la para locação de filmes ou até para sediar uma pousada de luxo ou um hotel-butique, já de olho nas Olimpíadas de 2016. A mostra ficará aberta de 10 de setembro a 26 de outubro.

 

Fonte: O Globo, Morar Bem – 20/07/2014