As comunidades do entorno do estádio de São Januário, na Zona Norte, entram em obras nas próximas semanas, dentro do programa de urbanização de favelas Morar Carioca. Com 4.224 domicílios e 16,8 mil moradores, a Barreira do Vasco e a Vila do Mexicano ganharão novas redes de água, esgoto e drenagem e vias de acesso. O projeto inclui ainda cinco praças e duas quadras poliesportivas, algumas delas já usadas pelos moradores e que serão recuperadas. Os arredores imediatos do estádio também serão reurbanizados, num pacote de obras que prevê ainda a construção de 150 casas para o reassentamento de moradores.

Orçadas em R$ 30, 7 milhões, as obras deverão durar 30 meses, segundo o secretário municipal de Habitação, Pierre Batista. O Morar Carioca na região faz parte da segunda etapa do programa, que promete investimentos de R$ 2,65 bilhões em 124 comunidades da cidade até dezembro de 2016. De acordo com a secretaria, desse lote, já foram licitadas as obras de outras quatro comunidades, que deverão começar nos próximos dias. Apesar da grande quantidade de intervenções, Batista está otimista quanto aos prazos:

– Queremos finalizar todas as obras ainda nesta gestão.

ILHA E COLÉGIO TAMBÉM TERÃO INTERVENÇÕES

Dentro dos projetos já licitados do segundo lote do Morar Carioca, estão sendo lançadas as obras na Vila São Jorge, no bairro de Colégio, e na Vila Joaniza, na Ilha do Governador. Nas duas comunidades, o projeto prevê, a exemplo da Barreira do Vasco, a implantação de novas redes de água, esgoto e drenagem e abertura de ruas.

Na Vila São Jorge, também serão construídas oito praças, uma quadra e 276 imóveis para reassentar moradores. Um total de 210 novos pontos de iluminação pública deverá ser instalado durante as obras de reurbanização, estimadas em R$ 91,2 milhões. Com 5,3 mil domicílios, a comunidade tem 18 mil moradores, segundo a Secretaria de Habitação.

Na Vila Joaniza, serão construídos dois reservatórios de água, uma creche, duas centrais de lixo e um pequeno centro comercial com 17 lojas. Dez praças, duas quadras e um campo de futebol serão reformados, a um custo de R$ 97,7 milhões. Na região, moram cerca de 16,3 mil pessoas em 4,4 mil domicílios.

De acordo com a SMH, as próximas obras de urbanização a serem iniciadas serão as das comunidades Sociólogo Betinho, em Bangu, e Caminho do Partido, em Campo Grande. Juntas, elas custarão R$ 22,3 milhões.

OBRA PARADA NA PROVIDÊNCIA

A secretaria faz um balanço positivo da primeira fase do Morar Carioca. Obras em 69 comunidades estão em fase de conclusão e serão entregues nos próximos meses. Dessas, apenas as intervenções no Morro da Providência, no Centro, estão paralisadas por uma liminar dada em uma ação judicial impetrada por moradores. Eles seriam removidos para a construção de um plano inclinado na favela.

A prefeitura negocia agora um acordo que permita a retomada das obras. O acordo passaria por adaptações no projeto e a consequente diminuição na quantidade de remoções. Do Morar Carioca na comunidade, apenas a construção do teleférico foi concluída. Pronto há mais de um ano, ele seria inaugurado ontem, mas o início da operação foi adiado.

 

Fonte: O Globo, Isabela Bastos – 30/07/2014