Boa notícia para quem está procurando um imóvel para alugar no Rio de Janeiro, especialmente na Zona Sul. Segundo levantamento do Sindicato da Habitação (Secovi-Rio), os preços do metro quadrado para locação na Lagoa caíram em 2013. Na comparação do mês de dezembro de 2013 com o mesmo mês do ano anterior, a queda foi de 0,92% no bairro. Nos demais bairros da área mais nobre da cidade, foi registrada alta — em Ipanema, de 7,15%; no Leblon, de 7,41% e no Jardim Botânico, de 5,37% .

Porém, a variação em um ano foi menor que no mesmo período anterior (dezembro de 2012 contra dezembro de 2011) em 12 de 15 bairros pesquisados. Além de Leblon e Jardim Botânico, os demais foram Barra, Botafogo, Copacabana, Flamengo, Gávea, Jacarepaguá, Laranjeiras, Recreio, Tijuca e Vila Isabel. As três exceções foram a Lagoa, onde o preço caiu (e no período anterior, havia subido 14,53%); Ipanema, onde a valorização foi maior que no período anterior e o Méier, que não estava na pesquisa de 2011.

— Em alguns locais houve estabilização, desaceleração e até quedinha de preços. Isso porque já está havendo um certo ajuste de valores em alguns bairros. A Zona Sul, apesar de ser muito desejada, tem um valor muito elevado. Agora vemos um recuo, e a relação oferta e demanda começa a ficar mais equilibrada — explica Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi-Rio.

O bairro que teve maior valorização na locação, no entanto, fica na Zona Norte. No Méier — que vem passando por uma renovação imobiliária — os aluguéis registraram, em um ano, alta de 16,88%.

Alta para venda desacelerou em nove bairros pesquisados

Já em relação à venda, na comparação entre o mesmo período de 2012 e 2013, não houve nenhuma queda e as variações se mantiveram entre 9,08% (Leblon) e 33,77% (Bangu). No ano anterior, a menor alta tinha sido na Lagoa, de 9,12%, e Bangu já ocupava o topo da lista, com 40,98%.

Dos 18 bairros pesquisados, nove tiveram um aumento maior na variação do metro quadrado geral para venda. Nos outros nove, a alta foi menor que na comparação com o ano anterior. Apesar de Bangu ter tido a maior variação no mês de dezembro e no ano passado todo, a maior diferença entre dezembro de 2012 e de 2013 foi na Ilha do Governador, que passou de 29,53% para 15,37%.

Segundo Schneider, isso se deve ao desenvolvimento da infraestrutura no entorno, que fomenta o mercado imobiliário da região. Ele destaca, ainda, a variação positiva de Jacarepaguá para venda (20,95%):

— A procura por imóveis no bairro tem aumentado. É uma opção para quem quer morar perto da Barra, pois é mais barato e tem acesso à Linha Amarela. Tem muita construção prevista para lá. Jacarepaguá tem um bom custo/benefício — ressalta.

De janeiro a dezembro, Bangu e Jacarepaguá têm as maiores valorizações

No acumulado do ano, de janeiro a dezembro, para venda, a maior variação registrada foi em Bangu (29,97%) e a menor, no Leblon (9,25%). Com exceção de Ipanema (9,74%) e Barra (11,30%), as variações ficaram entre 12,45% (Recreio) e 18,5% (Jardim Botânico).

Em 2012, quando Bangu, Ilha do Governador e Centro não estavam no panorama, a maior variação dos 12 meses tinha sido na Gávea (29,3%), seguido de Vila Isabel (28,6%). Se levarmos em consideração os anos anteriores, a maior mudança foi na Tijuca, que teve alta de 46,6%, em 2010, e de 44,1%, em 2011, mas que em 2012 e 2013 caíram para 16,9% e 16,46%.

— Os anos de 2009 e 2010 foram pontos fora da curva, pois foi quando começou a expectativa da pacificação na região. A Tijuca é um bairro com muitas opções de imóveis bons, mas a violência pesava. Esta alta de 44% e 46% é reflexo disto, mas agora o bairro está entrando numa normalidade. — justifica Schneider

Fonte: Jornal O Globo – 14/01/2014