Com dez anos de experiência no setor de energia, o engenheiro e empresário mineiro Walter Fróes procurava uma forma de inovar sua vida profissional, no ano passado, e achou nas fontes solares o maior potencial para essa reviravolta. Antes de entrar no negócio, ainda em construção (ele pretende investir em empresas do setor energético), quis perceber no próprio cotidiano se a tecnologia valia a pena. Em setembro, Fróes instalou 36 painéis de silício sobre o telhado da casa, no bairro de Mangabeiras, em Belho Horizonte. O equipamento fornece 9 quilowatts, o suficiente para cobrir quase todo o consumo de sua família. A energia começa a ser produzida por volta das 6h30, tem pico ao meio-dia e termina às 18 horas, quando o excedente é armazenado para a noite.

Promover essa mudança não saiu barato: foram investidos 81.000 reais em aparelhos. Mas, além de fazer bem para o planeta (o engenheiro calcula que já deixou de emitir 5 toneladas de CO2 na atmosfera), faz bem para o bolso. A conta mensal na casa de 500 metros quadrados, que saía por mais de 1.000 reais foi reduzida em 97%. “Terei retorno do meu dinheiro em quatro anos.”, diz Fróes. Em alguns meses ele chegou a produzir mais energia do que precisava. Por não ter uma bateria apropriada para armazenar a carga, Fróes precisa pagar pela utilização do Sistema Integrado e tem de enviar à rede pública o excedente produzido. No fim do mês, contas feitas, recebe um crédito em quilowatts quando fornece mais do que consome.

O investimento doméstico na energia solar deverá valer ainda mais dentro de alguns meses, se vingar a promessa recente do ministo/ro de Minas e Energia, Eduardo Braga, de desonerar de uma série de impostos aqueles que trabalham com energia solar.

 

Fonte: Veja – 11/03/2015