brt

Do BRT Transoeste ao Transcarioca, passando pelo Transolímpico e pelo Transbrasil (ainda em construção), a cidade tem testemunhado, nos últimos anos, mudanças no transporte coletivo por ônibus. O emprego de veículos articulados, com ar-condicionado, capazes de levar entre 180 e 270 passageiros em corredores exclusivos, reduziu tempos de viagem. As intervenções são consideradas estratégicas para o Rio, porque uma das premissas do projeto é integrar esses corredores a outros meios de transporte de massa.

Inaugurado às vésperas da Copa do Mundo de 2014, o Transcarioca (Barra da Tijuca-Aeroporto Internacional Tom Jobim), por exemplo, faz conexões com os trens da SuperVia (em Madureira) e com o metrô (Vicente de Carvalho). Em média, o percurso é coberto em 80 minutos. Antes do serviço, a mesma viagem em transporte coletivo poderia durar três horas.

Aberto este mês, o BRT Transolímpico (Recreio-Deodoro) tem conexão com os trens. O mesmo acontecerá com o Transbrasil, que se integrará ainda ao veículo leve sobre trilhos (VLT), recém-implantado no Centro.

Os projetos são parte de um plano para que toda a cidade seja coberta por um anel viário de alta capacidade, que colabore para desafogar o trânsito. Somente os três primeiros corredores já concluídos somam 114 quilômetros de extensão e contam com 130 pontos de parada e terminais.

Ao todo, o investimento para implantar os quatro corredores de BRT chega a cerca de R$ 6 bilhões, incluindo gastos com desapropriações. Nesse total, estão recursos da própria prefeitura e de parcerias público-privadas. O primeiro serviço a entrar em operação foi o Transoeste, em 2012, ligando a Barra da Tijuca (Terminal Alvorada) aos bairros de Campo Grande e Santa Cruz. O prefeito Eduardo Paes anunciou o projeto em Copenhague, no dia 3 de outubro de 2009 – menos de 24 horas após a vitória do Rio na assembleia do Comitê Olímpico Internacional que escolheu a cidade-sede do evento.
Com a abertura do BRT, a viagem entre as duas regiões da cidade foi reduzida em quase duas horas – e não só para quem utiliza transporte coletivo. Antes, a única opção para se deslocar da Barra da Tijuca a Campo Grande e Santa Cruz era atravessar a Serra da Grota Funda. O atalho surgiu com a construção do Túnel José de Alencar, que criou uma ligação direta entre o Pontal e Guaratiba.
PLANOS DE EXPANSÃO

Para a Olimpíada, o serviço do Transoeste foi ampliado pelo trecho mais movimentado da Avenida das Américas até o Jardim Oceânico, onde se integrará à Linha 4 do metrô. Também este mês, foi concluída a primeira parte do BRT Transolímpico, entre o Recreio e Magalhães Bastos – nas proximidades do Parque Olímpico de Deodoro. O corredor conta ainda com uma via expressa para carros, com cobrança de pedágio. Durante a Olimpíada, o BRT será usado apenas por credenciados e pelo público que for assistir às competições. Com o término dos Jogos, os novos serviços passarão a ser usados por toda a população.

A prefeitura tem planos de expansão. A Secretaria municipal de Obras abriu concorrência para desenvolver os projetos de engenharia necessários à ampliação dos corredores de BRT nos próximos anos. O primeiro prevê a criação de uma nova via exclusiva para os articulados, com 19 quilômetros de extensão, entre Campo Grande e Guaratiba, com integrações com ramais da SuperVia e o Transoeste. O segundo projeto prevê a expansão do BRT Transbrasil, com a implantação de mais 34 km de corredor entre Deodoro e Santa Cruz, duplicando-se a Avenida Brasil naquele trecho.

– Quando o BRT Transbrasil (Caju-Deodoro) for concluído, em 2017, o Rio passará a ter 63% de sua população circulando em serviços de alta capacidade (incluindo trens e metrô). Este ano, vamos superar os 50%. Em 2009, o percentual era de 18% – disse o secretário municipal de Coordenação de Governo, Rafael Picciani.

Fonte: Jornal O Globo – 29/07/2016