Sistema de absorção de raios é determinado por lei em prédios com 10 metros

Você sabia que a instalação do equipamento conhecido como Sistema de Proteção para Descargas Atmosféricas (SPDA) é obrigatória em prédios comerciais ou residenciais a partir de 10 metros de altura? A determinação vale também para edificações públicas, autarquias, escolas e hospitais, desde que a área seja igual ou superior a 1,2 mil metros quadrados. A manutenção também é fundamental para evitar riscos de descarga elétrica.
Segundo o engenheiro David Gurevitz, diretor do Grupo Delphi, especializado em Engenharia e Medicina do Trabalho, se um raio atingir um edifício protegido, a descarga elétrica é absorvida pelos para-raios e segue até atingir o solo, onde se espalha e perde a força. “Mas se o prédio não tiver esse equipamento ou se ele estiver funcionando na maneira incorreta, pode trazer prejuízos estruturais, incêndios, queima de equipamentos e até risco de choque e morte para quem vive no condomínio”, alerta o engenheiro.

De acordo com ele, o síndico é o responsável por contratar uma empresa especializada em para-raios para fazer a instalação e a manutenção a cada seis meses. É fundamental que os fornecedores do condomínio trabalhem sempre visando a NBR 5419, norma que regulamenta esse tipo de equipamento no Brasil e que foi atualizada em 2015. “Em caso de acidente, se o equipamento não estiver em ordem ou tiver com a manutenção vencida, o síndico pode ser responsabilizado por negligência e o seguro do condomínio invalidado”, explica.

LAUDOS À DISPOSIÇÃO

Mas todos os condôminos podem ficar atentos ou até cobrar se a manutenção está em dia. “Os laudos das vistorias e manutenções de todos os equipamentos do prédio devem estar à disposição dos moradores”, explica o diretor do Grupo Delphi.

Ele afirma, ainda, que um percentual elevado de para-raios no Rio não recebem manutenção adequada. Há outros problemas, como instalações indevidas de antenas e outros equipamentos fixados acima dos para-raios. “Por conta disso, a proteção passa a ser a antena, que irá transmitir o raio direto para instalações elétricas da edificação, podendo causar acidentes”, diz David. Para se ter ideia, os sinais mais comuns de desgastes são corrosão nos cabos, nos isolantes e afastadores quebrado.

O engenheiro lembra que o Brasil é a região que mais recebe raios no mundo: cerca de 50 milhões de descargas do tipo acontecem todos os anos em nosso país. E é por isso que os topos dos prédios exigem atenção especial, principalmente no verão, época de maior incidência de chuvas e raios, com a manutenção adequada dos para-raios. Ou seja, o alerta máximo vai até março.

Fonte: Jornal O Dia – 05/03/2017