O número de roubo a residências aumentou no Rio de Janeiro. De acordo com o último levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP), da Secretaria de Segurança do Estado, na comparação entre o terceiro trimestre de 2013 (que compreende julho a setembro) para o mesmo período do ano anterior, houve aumento de 23,8% no roubo de casas no Rio. Os dados relativos ao quarto e último trimestre ainda não estão fechados.

Raimundo Castro, consultor de segurança predial do Secovi-Rio, acrescenta que no período de janeiro a novembro do ano passado também houve crescimento neste tipo de ação:

— Houve um aumento significativo de furto e roubo a residências na comparação anual entre 2012 e 2013. As áreas da Zona Sul e do Méier são as mais afetadas — afirma Castro.

Para ele, entre outros fatores, o que mais contribui para este aumento de roubos é que, com a pacificação em algumas comunidades, criminosos que antes sobreviviam do tráfico passam a buscar alternativas de sobrevivência nas áreas adjacentes.

Já Edison Parente, vice-presidente comercial da Renascença Administradora, diz que os condomínios administrados pela empresa já estão sentindo o aumento da criminalidade.

— A gente administra vários imóveis na Zona Oeste e a sensação de falta de segurança tem crescido. Isso é visível, o que acarreta que os condomínios invistam mais na proteção — pontua Parente.

Falta de preparo de profissionais ainda é a maior brecha

O método mais usado para proteção de casas ainda é a câmera. Hoje em dia, além da filmagem, há opções de gravações com imagens e áudio. Outros meios ainda novos, que vêm sendo adaptados nos condomínios, incluem botão de pânico, tecnologia a raio infravermelho sincronizado e central de monitoramento.

— O que houve foi melhoria da própria tecnologia já existente. A base forte do sistema de segurança ainda é o circuito fechado de TV. Não tenho a menor dúvida de que a tecnologia vem melhorando, mas não adianta ter a melhor tecnologia, se não houver capacitação. O maior problema é a falta de preparo e isso contribui para facilitar ações. A segurança que tem que mitigar o risco, o que não ocorre quando as pessoas estão despreparadas. E olha que os condomínios têm investido — pondera Castro.

A diretora da Protel Administradora, Cristiane Salles, ressalta, ainda, que a contratação de pessoal deve ser bem criteriosa, pois além de não adiantar ter bons equipamentos sem treinamento, muitos dos roubos são feitos por pessoas que transitam pela residência.

A major Bianca Machado, subchefe da Coordenadoria de Comunicação Social da Polícia Militar, diz que o roubo de residência independe do policiamento ostensivo, pois muitas vezes a negligência de porteiros e moradores facilita ocorrências deste tipo. Para reforçar o treinamento, alguns batalhões oferecem o Curso de Segurança Predial, destinado a moradores, síndicos e funcionários.

Códigos entre vizinhos ajuda a evitar o assalto

A major explica que alguns procedimentos dos próprios moradores podem ajudar a evitar roubos:

— A PM solicita a porteiros e vigias que só abram a portaria depois da autorização clara e expressa do morador via interfone. É importante também que se crie um código com outros moradores para, em caso de emergência, a mensagem possa ser entendida. Em muitos casos os moradores que foram rendidos por bandidos são coagidos a entrarem no prédio com eles apresentando-os como amigos. Quando existe uma senha, o alerta é feito sem que o assaltante perceba e assim o porteiro pode acionar a polícia — afirma Bianca, que completa:

— Caso desconfie de algum estranho ao chegar em casa, dê uma volta no quarteirão e chame a Polícia Militar. Não reaja a assaltos — afirma Bianca.

Serviço

Curso de Segurança Predial

Para funcionário de carteira assinada

Exigências: apresentar uma carta do síndico do condomínio em que trabalha, uma foto 3X4 e cópia da identidade original.

Outras informações no site http://www.policiamilitar.rj.gov.br/batalhao/

Fonte: Jornal O Globo Online- 17/01/2014