A prefeitura do Rio de Janeiro está dando mais um empurrão para consolidar a Cidade Nova como a principal área de expansão comercial do município. De sete terrenos que serão leiloados até o fim deste ano, dois ficam na região, que marca o começo da avenida Presidente Vargas, e que acaba de completar 70 anos. Apesar de sua localização, a região foi relegada durante boa parte desse tempo.

O terreno mais caro tem 4 mil metros quadrados e é uma das últimas áreas disponíveis na avenida. O edital de venda foi publicado ontem pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e terá preço mínimo de R$ 75,8 milhões. O superintendente de Patrimônio Imobiliário da secretaria, Fabrício Tanure, conta que, desde o início do ano, a secretaria vem se reunindo com várias empresas do mercado imobiliário para avaliar o interesse em uma lista de vinte imóveis que serão colocados a venda pela prefeitura. Segundo ele, há um forte interesse pela região.

“É um imóvel de muita liquidez, perto de duas estações do metrô, da Central do Brasil, em um bairro que está em franca expansão”, diz Tanure.

O superintendente lembra que a própria prefeitura deu impulso na consolidação da Cidade Nova ao instalar seu centro administrativo na região. BR Distribuidora, Cedae (estatal de água e esgoto), Centro de Convenções Sulamérica e Centro de Comando e Controle da Secretaria de Segurança Pública vieram em seguida para a região, que já contava com a sede dos Correios. Os últimos empreendimentos foram edifícios comerciais múltiplos, e um novo empreendimento, no terreno da antiga fábrica da Brahma, atrás do sambódromo. Com entrega prevista para o fim deste ano, o edifício, que tem projeto de Oscar Niemeyer, deve levar mais 12 mil pessoas a circularem diariamente na região.

Tanure estima que o terreno de 4 mil metros quadrados tem potencial construtivo de 30 mil metros quadrados. O outro é menor: uma área de mil metros quadrados que está sendo usada como depósito de veículos rebocados. “Sabemos que existem várias empresas procurando espaços no Rio. Não sabemos se entre os agentes de mercado com quem conversamos havia algum com mandato dessas empresas”, diz, citando como exemplo a mineradora Vale, que iniciou um processo de seleção para escolha da empresa que estruturará o projeto de sua nova sede.

Além das empresas privadas, a Câmara dos Vereadores do Rio já tem um imóvel na região, para onde pretende transferir suas atividades, que hoje ocorrem na Cinelândia, no Palácio Pedro Ernesto. Há também um projeto da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que negocia um terreno com o fundo de previdência dos servidores do município e com a Rio Trilhos, para deixar o centro da cidade rumo ao começo da avenida Presidente Vargas.

O superintendente informa que o primeiro dos 20 terrenos será licitado amanhã e fica na Barra da Tijuca. Os outros devem ser vendidos em novembro. De acordo com a liquidez dos imóveis, a prefeitura está parcelando em até dois anos, com 25% de entrada.

 

Fonte: Valor Econômico – 23/10/2014