Vistas de uma altura de 80 metros, as escolas de samba que desfilarem pela Marquês de Sapucaí, em fevereiro, parecerão um amontoado de coloridas e alegres formiguinhas. Do ponto mais alto do edifício Eco Sapucaí, esta é a visão que se tem do Sambódromo. O edifício corporativo está sendo construído por trás das arquibancadas da Passarela do Samba, na altura do antigo setor 2, onde antes funcionava a histórica fábrica da Brahma.

O projeto foi concebido por Oscar Niemeyer. As curvas, um dos traços característicos dos desenhos do arquiteto, são evidentes no heliponto em forma de cálice e na escada em S, que une o hall ao primeiro andar. As duas estruturas levaram, respectivamente, 75 e 60 dias para ser construídas. Um prazo considerado longo por Pedro Keleti, gerente de obras da construtora Hochtief.

– Niemeyer fazia ressaltar o concreto em seus projetos, por isso a demora. Ele não aceitaria de forma nenhuma um heliponto em estrutura metálica – diz Pedro. – Se tivesse sido assim, devido à facilidade da construção, ele levaria 45 dias pra ficar pronto. É um megaprojeto.

Devido à grandiosidade do edifício, a obra vai consumir um total de 130 mil metros cúbicos de concreto armado. O equivalente necessário, segundo Keleti, para a construção de uma usina nuclear como a de Angra dos Reis. O normal, diz ele, seria utilizar 1/5 desse volume.

Visto da Marquês de Sapucaí, O Eco Sapucaí se destaca. Com 20 andares e 22 mil metros quadrados de vidro fosco só na fachada, o moderno prédio, na verdade, destoa do entorno da Cidade Nova, com suas construções baixas, antigas e um tanto abandonadas.

– A região está sendo revitalizada com a chegada do edifício. Todas as vias de acesso serão recapeadas – diz Pedro Keleti. – O Eco Sapucaí é um edifício que veio pra ficar.

Em dezembro de 2014, a Hemisfério Sul Investimentos vendeu o Eco Sapucaí para o GIC, fundo soberano de Cingapura. A conclusão da obra está prevista para o primeiro trimestre de 2015.

 

Fonte: O Globo Online – 16/01/2015