o-que-a-construtora-leva-em-conta-na-hora-de-comprar-um-terreno

O lançamento de um condomínio do programa habitacional “Minha casa, minha vida” tem mais detalhes envolvidos do que aqueles que um candidato a mutuário consegue enxergar, quando vai a um estande conhecer a planta, o decorado e as condições de venda. A escolha do terreno, a formação dos preços dos apartamentos, tudo depende de muita análise. Uma das empresas que investem em pesquisas e levantamentos diretamente no bairro ou na área de influência de um novo condomínio é a Direcional Engenharia.

Adriano Nobre, superintendente de Incorporação da empresa no Rio, explica que um dos segredos para a decisão de comprar um terreno para a construção de um condomínio é levar em conta as condições do lugar e, posteriormente, o perfil de compradores ou potenciais compradores.

Um software analisa a região onde será o empreendimento e mostra dados de volume de moradores e informações geográficas.

– Quando identificamos um terreno que pode ser interessante para erguermos um condomínio, sempre procuramos saber se, no entorno, há hospitais, facilidade em relação aos transportes públicos, comércio, shopping center e tudo o que um morador precisa para a extensão de seu conforto. Também observamos a área de influência do terreno, o perfil da população local e a renda média da região, e vamos a campo saber o que as pessoas acham do bairro e verificar se conhecem o sistema do “Minha casa, minha vida”. Nas entrevistas de campo, mostramos que o morador pode comprar um imóvel pelo programa – afirma Adriano.

Escolhido o local, vem o estudo sobre o comprador

Quando o terreno é escolhido, outro tipo de levantamento é feito para identificar o perfil do comprador ou do potencial comprador. A pesquisa para o empreendimento de Tomás Coelho, na Zona Norte, lançado no início do ano pela Direcional, mostrou que muitos eram solteiros, ainda que morassem com alguém. A maioria ia ao estande por indicação ou acompanhado de um corretor e considerava a área de lazer o item mais relevante do condomínio. Por último, vinha o interesse pelo preço.

– No caso de Tomás Coelho, na segunda fase do lançamento, em julho, percebemos que, entre os compradores, havia muitos militares. Havia também professores, vendedores e taxistas entre os que mais procuravam o empreendimento para obter informações ou fechar a compra. A renda média era de R$ 2.500 a R$ 2.900, com faixas etárias variando de 21 a 30 anos e de 31 a 40 anos. Portanto, um perfil jovem. Com esses dados, conseguimos mostrar as particularidades de cada região e melhorar nossas estratégias – diz Adriano Nobre.

Mais de 50% têm conta de FGTS

Em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, onde houve um lançamento em agosto, a pesquisa mostrou que a maioria dos interessados em imóveis (67%) tinha FGTS e era do sexo masculino (68%). O percentual mudava no caso de um empreendimento lançado em Itaboraí, em abril. Lá, a faixa de renda era em torno de R$ 2 mil, 53% tinham FGTS, e o perfil profissional era de motoristas, militares, autônomos e aposentados.

Casais jovens são maioria

No empreendimento em Itaboraí, o que mais chamou a atenção dos interessados na compra foram os preços e as condições de pagamento.

– Os casais jovens são predominantemente os compradores ou os visitantes interessados nos empreendimentos. A pesquisa também nos ajuda a entender se o interesse é de pessoas da região do lançamento ou se é preciso atrair compradores de outros bairros, por exemplo – comenta Adriano.

Palavra de quem sabe

O mais novo empreendimento da Direcional, o Conquista Nova Iguaçu, fica próximo à Usimeca – uma fábrica de caçambas de lixo -, com um preço médio de R$ 160 mil. Há comércio próximo, e a renda média familiar dos interessados é de R$ 3 mil.

Fonte: Jornal Extra – 22/10/2016