O corretor de imóveis Ronaldo Molinaro, de 46 anos, decidiu investir na formação superior em Gestão em Negócios Imobiliários após atuar no setor durante 20 anos. Molinaro já era técnico em transações habilitado pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro (Creci-RJ), mas o mercado aquecido e competitivo, explica o corretor, o impulsionou a buscar mais conhecimento.

— A parte jurídica é estudada junto à parte prática. E isso te ajuda a entrar e a se posicionar no mercado mais bem informado e seguro — afirma Molinaro, aluno do último período da Universidade Veiga de Almeida, que oferece um curso com duração de dois anos.

A formação superior, no entanto, não é obrigatória, e é apenas um dos caminhos para quem quer se firmar no mercado imobiliário. Há opções de cursos técnicos que duram nove meses e até certificados à distância (veja quadro abaixo). O piso salarial no Estado do Rio está, atualmente, em R$ 950, mas o valor varia de acordo com a comissão, que pode chegar a 6% do montante da negociação. Segundo o Creci-RJ, o setor apresentou um crescimento de 13%, no ano passado. Em 2013, cinco mil profissionais foram habilitados para exercer a corretagem.

— O bom corretor é um bom intermediário. Tem que satisfazer o cliente e a empresa para que o negócio favoreça a todos — Manoel da Silveira Maia, presidente da instituição.

O professor de Operações Imobiliárias Zaldo Natzuga Júnior, de 45 anos, aponta que muitos jovens têm procurado a corretagem como primeira profissão. Desde 2004, ele acompanha de perto a mudança do perfil dos alunos em sala de aula, um reflexo do mercado.

— O mercado imobiliário do Rio está mais exigente. Hoje, muitos jovens têm buscado a corretagem como opção de primeiro emprego. Além de termos alunos mais jovens nas aulas, como filhos de corretores, cerca de 30% do total de alunos do curso técnico é de mulheres — explica Natzuga.

Uma das vantagens de trabalhar na área, diz Danielle Suita, de 34 anos, correta de imóveis da Fernandes Mera, é a flexibilidade na carga horário de trabalho. Apesar da vantagem, ressalta Danielle, é necessário estar sempre alerta para montar uma boa carteira de clientes e, principalmente, manter uma boa relação após a venda.

— Mesmo trabalhando em uma corretora, o que te dá uma segurança, o profissional não deve diminuir o ritmo ao ganhar uma comissão. É preciso trabalhar muito e se dedicar, principalmente, ao atendimento personalizado. Uma vez cliente, sempre cliente. Para criar uma boa carteira, manter a relação no pós-venda é essencial. O comprador pode querer se desfazer do imóvel e te indicar outros clientes — avalia Danielle.

Negociações estarão em alta até 2020

No Rio de Janeiro, cerca de de 55% dos corretores são reconhecidos pelo Creci-RJ, afirma Maia. No mês passado, 800 corretores receberam a habilitação. Silveira explica que, ao se qualificar agora, o profissional tem grandes chances de fazer bons negócios até 2020, quando o mercado ainda estará aquecido por conta dos Jogos Olímpicos de 2016.

— É a hora certa para conseguir clientes e encontrar um lugar no mercado.

 

Fonte: Extra – 26/08/2014