Depois do mapeamento digital do trânsito, chegou a vez de o subsolo da cidade receber o raio-X tecnológico. Em uma sala com telões de LED e diversos computadores, técnicos da Secretaria municipal de Conservação têm o controle de cada duto das cinco principais concessionárias que prestam serviços no Rio. Com o novo sistema Geovias, o primeiro do Brasil, a prefeitura espera reduzir acidentes no subterrâneo, além de organizar todo o subsolo para as futuras obras.

“Não sabíamos o que havia no nosso subsolo. Era complicado autorizar obras sem ter a certeza da existência dos dutos que passavam no subterrâneo e, por conta disso, sempre tínhamos alguma ocorrência com rompimento. Agora, com o Geovias, liberamos as obras com 100% de garantia de êxito”, explica o secretário de Conservação, Marcus Belchior.

O projeto para o mapeamento subterrâneo começou no final de 2011, após os sucessivos casos de explosões de bueiros na cidade. Desde aquela época, as empresas CEG, Cedae, Light, Oi e Embratel trabalhavam no levantamento dos inventários subterrâneos. De todas as regiões, a Zona Oeste foi considerada a mais crítica do mapeamento, pois algumas concessionárias não sabiam da existência de seus dutos em diversas ruas.

“O Geovias também foi uma forma de cobrar organização dessas empresas”, acrescenta o secretário.

Após a implantação do novo sistema, há três semanas, a prefeitura tem aprovado uma média de 50 dos 250 pedidos de obras semanais. Antes do Geovias, a aprovação era maior, porém sem cautela. “Chegávamos a 80% de solicitações aprovadas, mas tínhamos inúmeros casos de incidentes”, pondera Belchior.

Pelo Geovias, as principais obras públicas liberadas até o momento foram o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), na Zona Portuária, com rede elétrica subterrânea, e as intervenções no Parque Olímpico da Barra e no de Deodoro, onde serão ainda implantados os sistemas de água, luz, telefonia e gás.

Monitoramento agilizará a solução de problemas

 O esquema de monitoramento da cidade para a Copa do Mundo já está montado. Durante a temporada de jogos, o Centro de Operações Rio (COR) será responsável pela integração de 28 empresas, como a Ponte Rio-Niterói e o Metrô Rio. Na próxima semana, o COR também vai acompanhar o sistema Geovias, para garantir rapidez na mobilidade em casos de acidente envolvendo rompimentos.

“O acompanhamento do Centro de Operações no mapeamento do subsolo é fundamental para evitar transtornos na cidade. Se ocorrer algum rompimento, por exemplo, os técnicos já enviam equipes da Cet-Rio e Guarda Municipal imediatamente”, explica o secretário Marcus Belchior.

Além do monitoramento do trânsito, o COR conta com projetos específicos em casos de crise, como o mapeamento dos bolsões d’água, em decorrência de fortes chuvas. Na cidade, 43 bolsões, considerados os mais críticos, recebem atenção total da prefeitura. Quando há registro de aumento de chuva, por exemplo, equipes do COR vão até o local e transmitem imagens em tempo real da enchente. “Para cada caso tomamos uma atitude, mas o importante é que tudo é feito rápido”, conclui Belchior.

Fonte: Jornal O Dia – 30/04/2014