Cada edição dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos torna-se única, ao ressaltar os valores culturais e sociais do anfitrião. No caso do Rio, a cidade está empenhada em sediar um evento inspirador, com exemplos de determinação, coragem, respeito e superação. Aliás, esse é um compromisso de candidatura dos Jogos Rio 2016.

A pouco menos de um ano dos Jogos Paraolímpicos, a Autoridade Pública Olímpica (APO) – consórcio tripartite criado para garantir os compromissos assumidos junto ao Comitê Olímpico Internacional (COI) – acompanha os trabalhos que estão sendo feitos para garantir acessibilidade a atletas e espectadores, tanto nas áreas de competição quanto em espaços públicos, e promover um legado de inclusão.

O evento começa no dia 7 de setembro, após os Jogos Olímpicos, dando continuidade a uma sequência de celebrações de conquistas de medalhas em 528 provas. Os dois eventos estão sendo organizados de forma integrada. Atletas olímpicos e paraolímpicos usarão as mesmas arenas esportivas, o que demonstra o mesmo comprometimento com a eficiência das instalações.

O Parque Olímpico da Barra será 100% acessível. Além de rotas com distâncias, rampas e inclinações ideais, as arenas terão banheiros adaptados, comunicação e sinalização tátil. Haverá espaços para pessoas com cadeira de rodas, assentos especiais e lugares para cães-guia nas arquibancadas. As demais áreas de competição e do entorno também passam por obras para ganhar mais acessibilidade.

A origem das Paraolimpíadas deu-se no fim da Segunda Guerra Mundial, com eventos esportivos para promover a reabilitação de soldados feridos nas batalhas. A partir daí, foram promovidas diversas competições para atletas com deficiência até que, em 1960, foi realizada a primeira edição oficial dos Jogos Paraolímpicos, em Roma, com 400 atletas de 23 países. Em 2016, serão 4.350 atletas de 178 nações.

O Rio aproveita a experiência de ter sediado os Jogos Parapan-Americanos em 2007. Também leva em conta lições aprendidas ao sediar eventos de grande porte que permitiram aperfeiçoar o planejamento e a operação dos Jogos.

Nessa edição, foram incluídos dois esportes paraolímpicos: canoagem e triatlo. E o Brasil tem chances de brilhar no pódio nas 23 modalidades esportivas. O país participou de todos os paraolímpicos desde 1972 e, nas edições mais recentes, sempre melhorou sua posição no quadro de medalhas. Nos Jogos de Londres, em 2012, terminou em sétimo lugar, sua melhor colocação na história. O nosso país mostrou ao mundo atletas que são motivo de orgulho e inspiração.

Agora o Brasil terá a chance de renovar essa motivação, com o surgimento de estrelas no esporte. Ao disseminar o conhecimento sobre as possibilidades de superação pelo esporte, o país aumenta as chances de cultivar o respeito e permitir a inclusão. Se conseguirmos, juntos, que esse legado invisível se consolide, teremos constituído um patrimônio imaterial, com benefícios para o futuro de muitos brasileiros.

Marcelo Pedroso é presidente em exercício da Autoridade Pública Olímpica.

 

Fonte: O Globo – 12/11/2015