Um cantinho para chamar de seu, nos mínimos detalhes, é um desejo de muitos. Nessa hora, os arquitetos tiram da manga suas varinhas mágicas, que transformam tudo em realidade, com soluções criativas e ousadas para aplicar referências da personalidade dos clientes, ou da que gostariam de ter, aos ambientes dos sonhos. Os quartos temáticos, com design moderno, são procurados, principalmente, por jovens.

A arquiteta Mariana Vaz projetou três suítes, numa casa em Itaipu, para irmãos adolescentes que, antes, dividiam um quarto. O skate entrou em cena em um dos cômodos; outro foi projetado com um canto dedicado à leitura. O irmão mais velho, conta, preferiu o tradicional.

– Os jovens desde cedo sabem o que querem. Quanto mais novos, mais querem ousar. E o pai deles pediu que não parecesse infantil. Trabalhei o elemento do skate, compondo duas luminárias e um cabideiro. A mesa de cabaceira tem rodinhas como referência ao dinamismo do esporte. Na parede, usei um papel tijolinho, uma estampa neutra, deixando o destaque para as cores das pranchas – diz Mariana.

Em outro projeto, a cozinha de um apartamento em Icaraí, assinada por Giovana Salin, recebeu um ar retrô e romântico, especialmente pelo estilo “shabby chic”, inspirado nas casas de campo inglesas, com elementos antigos e modernos, em cores suaves. Ao gosto da cliente, foram usados os tons de branco e azul acqua.

– No lugar de quadros comuns, a cliente preferiu os de cerâmica, na cozinha. Utilizei cestos e plantas para dar vida ao espaço. O restante da casa seguiu o conceito clean, com objetos do passado, vintage e shabby chic. Usamos algumas relíquias de família, reformuladas, para compor – diz Giovana. Aarquiteta Lana Rocha trouxe uma originalidade romântica ao quarto de uma menina de 2 anos numa casa em Camboinhas. Foram usados papel de parede com referência a Paris, luminárias amarelas, penteadeira com espelho decorativo, closet e cama com borda ornamentada por estrasse, num estilo mais teen. Uma das paredes do banheiro segue o mesmo revestimento.

– Ela é uma princesa moderna; adora ficar na penteadeira, que tem tamanho compatível ao dela. Mas o quarto é adaptável para quando crescer. Tem uma mesinha que pode servir para estudos e um cantinho da leitura, a pedido dos pais, para incentivar o hábito desde cedo – diz Lana.

A inovação também norteia projetos do arquiteto Guilherme Galvão. Em um quarto infantil num apartamento em Icaraí, há uma cabeceira diferente: um mosaico lateral que vai do chão ao teto, formado por doze placas de madeira revestidas por tecidos coloridos compõem um patchwork. As almofadas sobre a cama são do mesmo tecido.

– A cliente queria algo diferente e me deixou livre para criar, mas o espaço disponível era reduzido. Encontrei esta solução. O tampo da bancada aumenta de tamanho para acompanhar o crescimento dela. Depois, poderá ser usada como mesa de estudos – diz Galvão.

 

Fonte: O Globo – 22/11/2014