Os períodos de férias são ideais para viagens e passeios, o que faz com que residências fiquem vazias e vulneráveis a assaltos e furtos. Mas se por um lado esse tipo de crime cresce nessa época do ano, segundo especialistas, investimentos em equipamentos de segurança reduzem em até 80% as tentativas de roubo nos domicílios. Além de câmeras, cercas e alarmes, a capacitação de pessoas também se destaca como importante fator de segurança das residências.

Quem quer assaltar uma residência procura, em primeiro lugar, facilidades para isso, como explica o diretor-presidente da Keep Tech Segurança Eletrônica, Felipe Reis de Almeida. Segundo ele, investimentos em equipamentos de segurança e monitoramento podem inibir até  80% das tentativas de furto em uma residência.

“Utilizar animais ou deixar vizinhos de sobreaviso não são muito eficazes para proteção de residências. O alarme pode tocar e as pessoas nunca sabem se é por causa do próprio dono da casa. Por experiência sabemos que um ladrão antes de invadir uma residência vai passar algumas vezes em frente a ela. Assim, placas mostrando que o local tem alarme ou é monitorado com certeza inibem as tentativas de furto”, explica.

Como são comuns as viagens nos períodos de férias, Felipe explica que algumas medidas devem ser adotadas para que a residência esteja protegida também na ausência do dono, e alerta para a importância de se contratar uma empresa de confiança.

“Para investir corretamente em equipamentos, primeiro, as pessoas devem pensar em colocar alarme nas portas e janelas, e em seguida investir em um monitoramento, que, atualmente, fica entre R$ 100 e R$ 150 mensais o custo. Por fim, instalar cercas elétricas que disparem o alarme e câmeras em caso de tentativas de invasão. Vale ressaltar que esse tipo de trabalho não pode ser feito por uma empresa qualquer, afinal ela vai conhecer dentro da sua residência e ter acesso a suas senhas e câmeras. Por isso, é preciso escolher alguém com referências e tradição”, ressalta o profissional.

O advogado criminalista Ricardo do Carmo Tavares, morador da Região Oceânica, começou a investir em proteção para sua casa há 15 anos. Ainda assim, mesmo com alarmes e câmeras, o advogado teve a área externa da residência invadida e roubada este ano.

“Há alguns anos fui assaltado na porta de casa e tive uma arma apontada para mim e para meu filho. Senti então a necessidade de investir em segurança e a primeira coisa que fiz foi instalar um portão elétrico e duas câmeras que mostravam a movimentação na rua em frente à minha casa. Com o aumento da criminalidade, me senti na obrigação de aumentar essa segurança, então, instalei câmeras que gravavam e transmitiam imagens para o celular. Mas nem isso foi suficiente, pois os bandidos foram audaciosos, e não se importaram de ser filmados. No meu caso, acredito que faltou uma cerca elétrica para impedir que a invasão acontecesse e disparasse os alarmes. Por isso, acho que o investimento nesses equipamentos tem que ser completo para ter eficácia. Já estou, inclusive, providenciando a cerca”, conta.

Mesmo com todo o aparato tecnológico, de acordo com o síndico profissional Marcos Carvalho, não existe uma proteção eficaz se o fator humano não estiver capacitado. De acordo com ele, moradores e funcionários são os elementos mais importantes quando o assunto é segurança.

“Hoje atuamos procurando ver tudo o que entra nos condomínios, utilizando câmeras com maior nitidez, controles de acesso e até as chamadas tags de identificação nos carros. Mas, para que tudo isso funcione, é preciso treinamento das pessoas. A questão do acesso ao condomínio, por exemplo, tem muitas variantes. Eu mesmo visitei recentemente 50 condomínios para entregar um documento, e apenas quatro não me deixaram entrar sem identificação”, alerta.

A segurança representa em média entre 3% e 4% das despesas mensais de um condomínio, segundo Carvalho, que destaca ainda a importância de uma sinalização informando a presença de equipamentos de segurança.

“Vale lembrar que a segurança é uma sensação, e, por isso, as placas indicando que o local tem câmeras, alarmes e monitoramento, transmitem sensação de proteção e inibem a invasão de um estranho. A intenção não é filmar um invasor, mas que ele não entre no condomínio por saber que pode ser pego”, argumenta o especialista.

Capacitação –  A Universidade Corporativa Secovi Rio oferece um treinamento geral voltado para porteiros, zeladores, equipe de manutenção e limpeza de condomínios e demais pessoas interessadas. O curso tem como objetivo orientar esses profissionais a conhecerem as atribuições, responsabilidades e atitudes necessárias ao exercício diário da função, com eficiência e eficácia, incluindo o fator segurança.

O policial militar reformado Ricardo Garcia oferece há alguns anos em Niterói palestras para segurança em condomínios. A capacitação tem em média 2h30m de duração, com vídeos e muitas “brincadeiras”.

“A palestra atua abrindo os olhos de porteiros, síndicos e moradores, minimizando o trabalho dos meus companheiros da polícia. Investigo a vulnerabilidade dos condomínios que vou, e debato com os participantes. Acredito que por conta do clima de descontração, as pessoas guardam melhor as lições ensinadas” finaliza o PM.

 

Fonte: O Fluminense – 12/01/2015