Os niteroienses, que perdem até duas horas com o trânsito entre a Zona Sul de Niterói e a Região Oceânica, poderão levar apenas 35 minutos após o término da construção do BRT de Niterói, anunciado nesta segunda-feira por meio de um edital. De acordo com a Secretaria municipal de Urbanismo e Mobilidade da cidade, o primeiro investimento se dará com a construção da TransOceânica. O ministro das Cidades, Gilberto Occhi, que participou do lançamento, disse que a obra custará cerca de R$ 307 milhões, sendo R$ 292,3 milhões de financiamento público com juros subsidiados por meio do Programa de Aceleração e Crescimento (PAC). O restante sairá do caixa da prefeitura. O sistema irá permitir que os moradores de todos os bairros da Região Oceânica sejam beneficiados com a criação de 13 estações ao longo de 9,3 km de vias exclusivas para ônibus.

Os moradores de Piratininga, Camboinhas, Itaipu, Itacoatiara, Engenho do Mato e Várzea das Moças poderão circular em ônibus com ar-condicionado, que irão interligar seus bairros e a estação aquaviária de Charitas, por meio de um túnel de 1.350 metros. A previsão é de que o sistema transporte absorva cerca de 146 mil mil passageiros por dia a partir de 2016. Do ponto de vista da sustentabilidade ambiental, segundo a secretaria, somente com este projeto serão retirados mais de mil toneladas de carbono da atmosfera anualmente.

– A Transoceânica vai permitir que o morador do Engenho do Mato chegue em Charitas, em 15 ou 20 minutos, e dali possa acessar a estação hidroviária e chegar ao Rio em cerca de 20 minutos utilizando as barcas. Vamos reduzir para menos da metade o tempo de deslocamento – disse o prefeito da cidade, Rodrigo Neves.

Com o sistema em funcionamento, todos os moradores de toda a Região Oceânica poderão ir aos centros de Niterói e do Rio com apenas um transbordo, na estação Charitas. Os ônibus da TransOceânica terão piso baixo e porta dos dois lados. No trecho entre o Engenho do Mato e Charitas eles funcionarão com a porta pela esquerda parando nas estações, que terão bilhetagem. No restante da Região Oceânica, a porta pela direita permitirá que funcionem como ônibus comuns em faixas exclusivas ou compartilhadas. Além disso, segundo a prefeitura, o piso baixo permitirá criar estações mais integradas, sem o aspecto impactante das estações BRT.

O governo federal já financiou 24 empreendimentos de mobilidade urbana em oito municípios, como a Transcarioca, no Rio, que vai ligar a Barra da Tijuca ao aeroporto internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, e também a Transoeste, que liga a Barra da Tijuca a Santa Cruz. No total, já foram investidos R$ 20 bilhões.

 

Fonte: O Globo, Alessandro Lo Bianco – 17/06/2014