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Em meio a um esforço para criar notícias positivas na reta final do processo de impeachment de Dilma Rousseff, o Planalto anuncia nesta semana a construção de ao menos 40 mil novas casas do Minha Casa, Minha Vida.

O presidente interino, Michel Temer, vai anunciar a contratação de unidades na faixa 1,5 do programa, contemplando famílias com renda mensal entre R$ 1.600 e R$ 2.350. Serão destinados mais de R$ 800 milhões em subsídios para executar as obras.

Essa faixa foi criada no governo Dilma, mas ainda não havia sido implementada. Os subsídios podem chegar a R$ 45 mil na construção de casas avaliadas em até R$ 135 mil. A contratação será feita ainda neste ano, e o início das obras está previsto para 2017.

O anúncio deverá ser feito por Temer durante evento nesta quinta-feira (11), no qual está prevista a presença de 700 empresários da construção civil e cerca de cem trabalhadores do setor.

O peemedebista encomendou à sua equipe uma lista de projetos para serem apresentados em agosto. O julgamento de Dilma pelo Senado deve ocorrer na última semana do mês, e o objetivo do Planalto é consolidar até lá um ambiente em que ninguém considere a possibilidade de volta da petista à Presidência.

O governo já trabalha com a possibilidade de o PIB crescer acima de 1,2% no próximo ano, com chances de alcançar 2% se o Congresso aprovar até o início de 2017 as medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo.

Uma das marcas registradas das administrações petistas, o Minha Casa, Minha Vida viabilizou até agora a construção de 4,3 milhões de unidades habitacionais. Na sua fase atual, iniciada neste ano, a previsão é construir mais 2 milhões de unidades.

Desde o ano passado, no entanto, os recursos para o programa vêm minguando, e vários empreendimentos encontram-se com obras inacabadas. As faixas de renda mais baixas, que dependem de subsídios do governo, foram mais afetadas.

Segundo o Ministério das Cidades, as novas contratações vão se somar a outras 400 mil, já anunciadas, das faixas de renda mais alta. Esses segmentos não têm ou contam com baixo subsídio e atingem famílias com renda entre R$ 2.351 a R$ 6.500. Ao todo, o programa tem orçamento de R$6,7 bilhões para este ano.

Apoio

No evento de quinta-feira, os empresários pretendem divulgar um documento de apoio a medidas da agenda econômica do governo Temer, como a criação do teto de gastos e as reformas da Previdência e trabalhista.

“Está sobrando dinheiro no mundo, que virá para o Brasil assim que essas reformas forem aprovadas e sinalizarem uma segurança no equilíbrio das contas públicas”, afirmou o presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil), José Carlos Martins.

Nesta segunda-feira (8), Temer prometeu que concluirá até 2018 investimentos totais de R$ 1,8 bilhão em obras inacabadas, que foram iniciadas em gestões passadas.

O valor se refere a 1.519 empreendimentos que foram iniciados ou empenhados e têm estimados entre R$ 500 mil e R$ 10 milhões.

Construção

A Caixa Econômica Federal anunciou que disponibilizou R$7 bilhões para financiar a compra de material de construção. Segundo o vice-presidente da instituição Fabio Lenza, o montante vale até o fim de 2017, mas a linha pode ser aumentada, caso haja maior demanda. No primeiro semestre, as vendas de material de construção caíram 14%.

Fonte: Folha de São Paulo – 09/08/2016