Noventa e nove estacas em forma da letra H serão fixadas no fundo da Lagoa Rodrigo de Freitas para a instalação de raias e torres de controle e cronometragem para as provas de remo e canoagem de velocidade dos Jogos Olímpicos. A novidade foi apresentada nesta quarta-feira, no Comitê Rio 2016. As obras no local começaram no início do mês com a reforma das garagens dos barcos e a construção de uma nova torre de chegada. Na etapa seguinte serão instalados novos deques e partidores com material mais resistente do que o atual, bastante desgastados pelo tempo. A reforma vai custar R$ 14 milhões e será paga pelo governo do estado.

Os suportes metálicos serão estruturas definitivas para competições pós-Olimpíadas. Elas têm a função de esticar e alinhar as raias, e servir de suporte para torres de dois andares – o primeiro de cronometragem e o segundo de transmissão. Esta foi a solução encontrada, já que a Lagoa não tem o formato de canal, como era comum em outras edições dos Jogos Olímpicos. Além da raia de competição, serão montadas duas menores de aquecimento e de treinamento. De acordo com o subsecretário de projetos especiais da Casa Civil do governo estadual, Rodrigo Vieira, a instalação não vai interferir no espelho d’água da Lagoa e vai movimentar o mínimo possível do ambiente ao redor.

– Foi feito um estudo detalhado que orientou a posição e forma das estacas e como elas seriam implantadas. Não foi identificado risco algum – disse Vieira.

De acordo com o subsecretário foi feito um licenciamento prévio para a obra que está sendo analisado pela Secretaria Municipal de Ambiente da Cidade (SMAC). Também caberá ao governo negociar quem ficará responsável pela manutenção das raias. Uma preocupação que não houve nos Jogos Pan-americanos de 2007, quando uma raia húngara foi comprada e abandonada por causa de um defeito nos partidores eletrônicos. Gustavo Nascimento, diretor de gestão e instalação, espera que a infraestrutura submersa esteja pronta para o evento-teste do remo, em agosto. De acordo com o cronograma, a obra estará concluída em outubro.

A torre de chegada será derrubada e outra, com paredes de vidro, será construída mais próxima do espelho d’água e um pouco mais adiante para aumentar a área de frenagem dos barcos. No modo Jogos ela terá quatro andares e depois de 2016 será diminuída pela metade.

Enquanto isso, um escritório de arquitetura segue desenvolvendo o projeto de arquibancada flutuante, cuja responsabilidade é do Comitê Rio 2016. A instalação temporária deverá ter 4 mil lugares, menos da metade dos 10 mil previstos no dossiê de candidatura. No mês passado a entidade foi convocada pelo Ministério Público para prestar esclarecimento, já que o espelho d’água da Lagoa é tombado pelo município.

Fonte: G1 – 19/03/2015