O assunto do momento no mercado de imóveis brasileiro é a suposta existência ou não de uma bolha imobiliária. A questão é tema garantido no vocabulário econômico de 2014. Para desmistificar o assunto, acompanhe abaixo fatores que descartam a existência do “fenômeno” e apontam para um crescimento do mercado neste ano.

– Valorização Imobiliária


Assim como em todo o país, a cidade do Rio de Janeiro atingiu, nos últimos anos, níveis extraordinários na valorização dos imóveis. Porém, a alta dos preços é o resultado da retomada de um mercado que permaneceu estagnado na década de 90. Com os patamares alcançados, pode ocorrer a estabilização dos preços, o que não representa a recessão do mercado. Com a chegada da Copa do Mundo este ano e das Olimpíadas em 2016, o município se tornou ponto certo para investidores, o que explica a maior alta do preço dos imóveis na capital carioca se comparada com outras metrópoles.

– Déficit Habitacional

De acordo com a Caixa Econômica Federal, em 2014 o crédito imobiliário tende a crescer, com expansão de 10% e 15% em relação ao ano passado. Tal crescimento vai ao encontro de suprir a grande demanda por imóvel ainda a ser atendida. O déficit habitacional no país, hoje, é de 7 milhões de unidades.

– Comparação com o mercado imobiliário norte-americano

O principal exemplo de quem aponta a recessão do mercado de imóveis brasileiro é a bolha imobiliária dos Estados Unidos, que estourou em 2008. Porém, no Brasil há fatores que garantem a solidez e a segurança do mercado imobiliário. Enquanto aqui os bancos concedem financiamento de um único imóvel por comprador, nos Estados Unidos, antes da crise, cada pessoa podia hipotecar até dez unidades.
Outra comparação é baseada no Produto Interno Bruto (PIB): enquanto no Brasil o crédito imobiliário representou 7,5% do PIB em meados de 2013, nos EUA superava 80% na época da crise. De acordo com especialistas, quando a relação crédito/PIB ultrapassa 50% é um sinal de alerta.

Coluna Creci-RJ publicada no Jornal O Globo em 06/02/2014