Fincado na Baía de Guanabara e a três quilômetros da Urca, ele foi testemunha de boa parte da história do Rio de Janeiro. Agora, com quase 300 anos, o Forte Tamandaré da Laje será restaurado e vai ganhar um restaurante até os Jogos Olímpicos de 2016. A empresa Plancton Comércio e Representações LTDA arrendou a fortaleza do Exército e começou a fazer obras há um mês, conforme antecipou ontem o Blog Verde, do GLOBO. Serão investidos R$ 5 milhões na reforma. A primeira providência será enviar os enferrujados canhões – que já estão sendo removidos – ao Forte São João.

De acordo com o empresário Rodolfo Simões, sócio-proprietário da Plancton, todas as 27 salas da fortaleza serão reformadas. Ele afirma que já tem em mãos todos os documentos necessários para as intervenções. O Forte da Laje começou a ser construído no fim do século XVII, mas só foi efetivamente instalado em 1720, após a exitosa invasão dos franceses comandada por René Duguay-Trouin.

No entanto, desde o século XVI, a Ilha da Laje já recebia projetos de fortificações.

– Além do restaurante, vamos criar na Laje uma base ambiental para monitorar a Baía de Guanabara. O Exército nos obrigou a entregar os canhões no Forte São João. Os dois maiores estão em melhor estado de conservação. Vamos contratar um guindaste para tirar as peças. Colocaremos redomas de vidro, clareando aquele bunker – detalha Simões.

A última obra de restauração na fortificação da Ilha da Laje foi feita em outubro de 1902, durante o governo de Pereira Passos. Até 1997, o Centro de Capacitação Física do Exército, que fica na Urca, mantinha vigilância constante no forte. Apesar da importância histórica, a pequena construção não é tombada por nenhuma das três instâncias.

Para driblar as dificuldades de acesso à Ilha da taje, por conta do mar revolto, a arrendatária vai instalar duas grandes rampas de alumínio, com flutuadores. A ideia é oferecer a cariocas e turistas um serviço de botes para até dez pessoas e embarcações menores, saindo de Niterói, da Urca e da Marina da Glória.

– Vamos puxar energia e água potável da Urca. Temos que refazer tudo, pois as redes foram danificadas – diz Simões.

Fonte: Jornal O Globo Online – 28/02/2014