O líder do Governo na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Edson Albertassi (PMDB), quer reunir, em audiência pública, as comissões de Orçamento e de Transportes da Casa e representantes do BRT para discutir a expansão do sistema até a Baixada Fluminense e cidades do Leste Fluminense (entre Niterói e Rio das Ostras). No mês que vem, o Poder Executivo vai enviar à Assembleia Legislaiva do Estado (Alerj) o Plano Plurianual (PPA), que define o orçamento para os próximos quatro anos, e o parlamentar quer garantir que seja incluída emenda que destine verbas para a execução desses projetos.

“A proposta do BRT é fundamental para que o Estado se desenvolva. A Alerj, através das comissões, pode fazer com que a expansão chegue aos parlamentares na revisão do PPA desenvolvendo uma estrutura financeira para tal fim”, disse o peemedebista.

A reunião foi realizada na quinta-feira, no Centro de Controle Operacional (CCO) do BRT, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Com os novos corredores, serão atendidos cerca de 600 mil passageiros diariamente. A obra deverá custar em torno de R$ 3 bilhões, informou o presidente executivo da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado (Fetranspor). Lélis Teixeira.

“O BRT é, atualmente, o transporte fluminense com o melhor custo-benefício. Sem precisar de muito investimento, conseguimos oferecer um serviço de qualidade. Com a expansão, a Região Metropolitana terá o mesmo sistema de transporte que já é oferecido na cidade do Rio de Janeiro”, declarou o presidente da Fetranspor.

Segundo dados da entidade, são gastos, em média, R$ 20 milhões por quilômetro na construção de um BRT, sistema que chega a transportar até 58 mil passageiros por hora.

“A diferença para o metrô, por exemplo, é gritante. Nele, é preciso gastar R$ 360 milhões por quilômetro para transportar até 60 mil passageiros, apenas dois mil a mais do que no BRT”, justificou Teixeira. Outro exemplo apresentado pelo presidente da Fetranspor foi a obra da Linha 4 do Metrô, que vai ligar a Barra a Ipanema. O projeto custou R$ 9 bilhões e vai transportar 220 mil passageiros por dia; já os BRTs da Transoeste e da Transcarioca custaram R$ 5,7 bilhões e transportam 600 mil passageiros por dia.

Durante a reunião, também foi divulgado um novo protótipo de biometria facial, que poderá ser instalado nos ônibus do BRT. O objetivo é identificar por fotografia os passageiros que tenham mais de 65 anos e impedir o uso irregular dos cartões eletrônicos pelos usuários. Nas cidades de Niterói, Cachoeiras de Macacu, Maricá e São Gonçalo já são realizadas biometrias digitais nos ônibus. A câmera será programada para tirar seis fotos por passageiro. Em seguida, a imagem será enviada para uma central, que vai comparar com a imagem do cadastro.

Para o sistema ser instalado, é preciso que a Alerj aprove lei que autorize a prática. “Não vejo motivos para a Casa desaprovar essa medida, que vai garantir mais transparência no sistema de gratuidade”, afirmou o presidente da Comissão de Transportes, deputado Marcelo Simão (PMDB).

Na visita ao Centro Operacional da Barra, representantes da Fetranspor falaram também da previsão para que. até os jogos olímpicos, sejam inaugurados mais dois corredores do BRT na cidade: a Transolimpica, ligando Deodoro à Barra da Tijuca e a Transbrasil, ligando o Fundão ao Centro. Serão 57 quilômetros de extensão, atendendo 560 mil passageiros por dia.

“O tempo de viagem será reduzido em 63%. O cidadão terá mais qualidade de vida e vai perder menos tempo no transporte público”, afirmou Teixeira. A segurança fica por conta do Centro de Controle Operacional do BRT. que monitora todos os ônibus por GPS e câmeras.

Também estiveram na reunião os deputados Dionísio Lins (PP), Rogério Lisboa (PR), Daniele Guerreiro (PMDB), Marcos Muller (PHS) e João Peixoto (PSDC).

 

Fonte: Jornal do Commercio – 18/09/2015